Padre Júlio Lancellotti denuncia exploração e invisibilidade de moradores de rua em São Paulo e pede ação do Estado.

O padre Júlio Lancellotti, conhecido por seu trabalho com moradores de rua em São Paulo, criticou duramente a falta de assistência e a exploração dessa população durante um seminário intitulado “Repense e Reconstrua”, organizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) Direito SP, pela Comissão Arns e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Em suas declarações, o religioso apontou a invisibilidade das pessoas em situação de rua e a maneira como são exploradas como mão de obra barata em atividades como carga e descarga de contêineres e fardos de tecidos no Brás. Ele denunciou a exploração cruel e violenta a que essa população é submetida. Padre Júlio ressaltou a necessidade de programas de Estado eficazes que não considerem os pobres como simples números de um projeto, mas sim como sujeitos com direitos e dignidade.

Com uma vasta experiência de mais de 40 anos trabalhando com a população de rua, o padre destacou a importância de políticas públicas que transcendam interesses políticos eleitorais e se comprometam com objetivos claros, metodologias eficazes e metas definidas. Ele ainda relacionou a existência de pessoas em situação de rua com a especulação imobiliária nas grandes cidades, que frequentemente desconsidera e oprime essa parcela da população.

Vale ressaltar que o padre Júlio Lancellotti tem sido alvo de questionamentos por parte do vereador Rubinho Nunes, do partido União Brasil, que tentou abrir duas vezes uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as atividades sociais do religioso, sem sucesso até o momento. Sua atuação junto aos mais vulneráveis e a denúncia de injustiças sociais seguem sendo uma pauta relevante no cenário paulistano.

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