Desembargadora do TRE vota contra cassação de Sergio Moro e defende falta de provas sobre gastos de pré-campanha

A desembargadora Claudia Cristina Cristofani, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná, tomou uma decisão crucial nesta segunda-feira (8) em Curitiba, ao votar contra a cassação do mandato do senador Sergio Moro (União-PR), conhecido por sua atuação como ex-juiz da Operação Lava Jato. O placar do julgamento até o momento é de 2 a 1 contra a cassação, com a desembargadora se alinhando ao voto proferido pelo relator, desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza, no dia 1º de abril.

As acusações contra Moro giram em torno do suposto abuso de poder econômico durante o período de pré-campanha das eleições de 2022. O PT, o PL e o Ministério Público Eleitoral (MPE) alegam que o candidato realizou gastos irregulares nesse período. No entanto, Claudia Cristofani levantou um ponto importante ao afirmar que, para justificar a acusação de gastos ilegais, é necessário que os partidos acusadores informem quanto gastaram em suas pré-campanhas, a fim de comparar os valores e determinar se houve excesso por parte de Moro.

A desembargadora ressaltou que os candidatos têm permissão para realizar gastos de pré-campanha, desde que não ultrapassem a média dos demais concorrentes. No entanto, sem informações precisas sobre os gastos dos demais candidatos, não é possível afirmar com certeza se Moro excedeu os limites estabelecidos. A continuação do julgamento envolve mais quatro magistrados, que ainda terão a oportunidade de dar seus votos sobre o caso.

A acusação apresentada pelo Ministério Público destaca que Sergio Moro teria gasto aproximadamente R$ 2 milhões oriundos do Fundo Partidário, em eventos de filiação ao Podemos e produção de vídeos para promoção pessoal, antes de se candidatar pelo partido União. O PL, por sua vez, afirma que houve gastos irregulares de R$ 7 milhões, enquanto o PT aponta um valor de R$ 21 milhões em despesas.

O desfecho desse julgamento promete ser decisivo para o futuro político de Sergio Moro, que enfrenta sérias acusações de abuso de poder econômico durante sua pré-campanha. A votação dos demais magistrados será aguardada com grande expectativa pelos envolvidos no processo eleitoral.

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