Promoção questionável de tenente-coronel da PM de SP gera revolta entre colegas e levanta suspeitas sobre critérios de escolha

Na noite em que o artesão Paulino Siqueira Borges Filho teve sua casa invadida por policiais militares de Ribeirão Preto (SP), uma onda de violência se abateu sobre a pacata cidade do interior paulista. O tenente à paisana, líder do grupo, agrediu brutalmente Borges Filho na frente de sua família, deixando-o à beira da morte com ferimentos graves, conforme relatou em entrevista à imprensa.

Os motivos da agressão, descobertos posteriormente, revelaram uma trama de abuso de poder e impunidade. Tudo começou com uma discussão entre Borges Filho e uma vendedora na feira de artesanato, onde ambos trabalhavam. A vendedora era amiga do tenente Cleotheos Sabino de Souza Filho, que foi acionado para intervir na situação e acabou por cometer atos de violência excessiva contra o artesão.

As repercussões desse caso de abuso policial foram sentidas por toda a cidade, levando à condenação do tenente Sabino a dois anos de reclusão em regime aberto. No entanto, o oficial voltou a ser destaque no cenário policial recentemente, ao ser promovido a tenente-coronel por decisão do governador Tarcísio de Freitas.

A promoção de Sabino gerou polêmica e revoltou coronéis da polícia, que alegam que o processo não seguiu os trâmites legais e foi feito diretamente pelo gabinete do secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite. A falta de transparência e a suspeita de favorecimento na promoção levantaram questões sobre a integridade do sistema de progressão de carreira na Polícia Militar.

Segundo especialistas em direito militar, a promoção de oficiais deve seguir critérios de merecimento e antiguidade, e a ausência de um parecer da Comissão de Promoção de Oficiais compromete a legitimidade do processo. A falta de clareza sobre os critérios utilizados na promoção de Sabino coloca em xeque a credibilidade da instituição policial e gera desconfiança entre os próprios profissionais da segurança pública.

Diante desse cenário de impunidade e falta de transparência, é fundamental que as autoridades responsáveis investiguem a fundo as circunstâncias que levaram à promoção de Sabino e garantam a integridade e a imparcialidade nos processos de progressão de carreira na Polícia Militar. A população espera por respostas e por medidas concretas para garantir a justiça e a ética no sistema de segurança pública.

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