Preparador físico uruguaio condenado por racismo durante partida entre Universitário e Corinthians em São Paulo.

O preparador físico uruguaio Sebastián Avellino Vargas foi condenado em segunda instância pela Justiça paulista por crime de racismo. O episódio que resultou na condenação ocorreu durante uma partida do Universitário, do Peru, contra o Corinthians, pela Copa Sul-Americana, em São Paulo, no ano passado.

Durante os minutos finais do jogo, Vargas foi filmado imitando um macaco ao passar em frente à torcida brasileira. Esse gesto, considerado extremamente ofensivo, foi o centro da acusação que levou à condenação do preparador físico.

Na decisão, o desembargador Roberto Porto, relator do processo no Tribunal de Justiça, afirmou que Vargas “depreciou e inferiorizou a coletividade de pessoas pretas e pardas ao associá-la a animal irracional”. A pena aplicada foi de dois anos de reclusão, porém foi substituída pelo pagamento de dois salários mínimos a uma instituição social.

Apesar da condenação, Vargas negou as acusações à Justiça. Ele argumentou que os gestos feitos não foram direcionados à torcida do Corinthians, mas sim a cerca de 30 torcedores brancos que haviam ofendido e xingado a comissão técnica do Universitário. Segundo a defesa do preparador físico, os gestos foram feitos como forma de demonstrar que o grupo estava tendo um comportamento selvagem em resposta às ofensas recebidas.

No entanto, o desembargador rejeitou essa argumentação, afirmando que mesmo diante de um clima hostil, os gestos de Vargas tinham o objetivo de humilhar as pessoas em razão da cor de sua pele. Ainda cabe recurso por parte do condenado.

Essa condenação reacende o debate sobre racismo no esporte e a necessidade de punição para atos discriminatórios, mesmo em contextos de alta tensão como uma partida de futebol. A decisão da Justiça paulista ressalta a importância de combater esse tipo de comportamento, mesmo que em um ambiente tão apaixonado como o futebol.

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