Ministra da Saúde afirma que pasta não vai interferir em proibição de procedimento pré-aborto pelo CFM em casos de estupro

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, fez declarações contundentes nesta sexta-feira (5) em relação à decisão do Conselho Federal de Medicina (CFM) que proíbe o procedimento de assistolia fetal para interrupção de gravidez em casos de estupro. Em um evento no Rio de Janeiro, a ministra afirmou que o Ministério da Saúde não irá se posicionar sobre a decisão do CFM, ressaltando que não cabe à pasta intervir nesse aspecto.

Durante o lançamento da 6ª Caderneta de Saúde da Criança, a ministra enfatizou que o governo seguirá sempre o que está definido legalmente e terá cuidado com a gestante e a mulher, reafirmando o acolhimento como princípio fundamental.

A decisão do CFM, tomada em março e publicada recentemente, proíbe os médicos de realizarem o procedimento de assistolia fetal, que consiste na administração de drogas para provocar a morte do feto. A resolução do CFM se aplica especificamente aos casos de estupro e não abrange outras condições para as quais o aborto é autorizado por lei.

A determinação do CFM gerou críticas de entidades de defesa dos direitos das mulheres, que argumentam que a proibição da assistolia fetal pode dificultar o acesso das vítimas de violência sexual a métodos seguros para a realização do procedimento.

Nesse contexto, é importante ressaltar que a discussão sobre o direito ao aborto previsto em lei é um tema sensível, que envolve questões éticas, legais e de saúde pública. Enquanto algumas entidades defendem a proteção da vida do feto em gestações acima de 22 semanas, outras enfatizam a importância de garantir o direito das mulheres vítimas de estupro à interrupção da gravidez de forma segura e legal.

Diante desse cenário, é fundamental um debate amplo e esclarecedor sobre os diferentes pontos de vista e impactos da decisão do CFM, visando a garantir o respeito aos direitos das mulheres e a promoção da saúde e bem-estar de todas as pessoas envolvidas nesse contexto delicado.

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