Captura dos fugitivos de Mossoró encerra primeira crise de Lewandowski como ministro da Justiça após 50 dias de buscas intensas.

A captura dos dois fugitivos do presídio federal de Mossoró nesta quinta-feira (4) marcou o fim de uma crise para o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. A fuga dos detentos havia ocorrido em meados de fevereiro e as operações de busca duraram cerca de 50 dias até que fossem localizados e presos.

Apesar do desfecho positivo, a pressão sobre o ministro para ações mais efetivas na área da segurança pública ainda persiste. Aliados do presidente Lula, do PT, têm cobrado respostas contundentes nesse sentido, visto que a imagem do governo tem sido afetada negativamente pela questão da segurança, conforme apontam pesquisas internas analisadas pelo Palácio do Planalto.

A popularidade do presidente também tem enfrentado queda, com sua aprovação se aproximando do índice de rejeição, de acordo com pesquisas como a Datafolha. Esse cenário tem levado ministros e lideranças do Congresso, como o presidente da Câmara, Arthur Lira, a considerarem que a segurança pública será um tema central nas eleições municipais e futuramente nas eleições presidenciais de 2026.

Durante uma reunião ministerial em 2024, Lewandowski destacou a responsabilidade dos estados e municípios na segurança pública, ressaltando que o governo federal tem limitações constitucionais para atuar nessa área. As críticas ao governo pela gestão da segurança pública foram minimizadas pelo ministro Paulo Pimenta, da Comunicação Social.

A fuga dos detentos de Mossoró acabou evidenciando falhas no sistema penitenciário federal, gerando desgastes para o governo. A captura dos foragidos, em Marabá (PA), a 1.600 km do local da fuga, foi resultado de uma operação conjunta da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.

A oposição ao presidente, incluindo o presidente da Câmara, tem utilizado a fuga dos detentos como um ponto de crítica à fragilidade do sistema prisional brasileiro. A segurança pública deve continuar sendo um tema central nas discussões políticas, com previsão de se tornar um assunto relevante nas próximas eleições.

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