O Plano Diretor e o Zoneamento são leis complementares, sendo que o primeiro estabelece áreas prioritárias para o desenvolvimento da cidade, enquanto o segundo define como isso deve ser aplicado quadra a quadra. Ambos passaram por revisões em 2023.
Um levantamento da Folha comparando os dados dos Censos de 2010 e 2022 do IBGE revelou que houve estagnação na ocupação nos arredores de corredores de ônibus e estações de metrô e trem, as chamadas ZEUs (Zonas Eixo de Estruturação da Transformação Urbana). A gestão de Ricardo Nunes afirma ter identificado o problema e corrigido o rumo do desenvolvimento urbano nas revisões do ano passado, com previsão de resultados até 2029.
O aumento da altura máxima dos prédios nas Zonas Mistas e Zonas de Centralidade é um ponto crucial nessa discussão. Empresários do setor imobiliário argumentam que a escassez de terrenos nessas áreas é responsável por elevar os preços e tornar as habitações inacessíveis à maior parte da população nos eixos de transporte.
O setor imobiliário defende a derrubada dos vetos de Nunes, principalmente aquele que visa o aumento de gabarito nas Zonas Mistas e Zonas de Centralidade. Para viabilizar essa mudança, a presença de unidades voltadas à habitação social ou o pagamento de uma cota para o Fundurb são incentivados.
O vereador Rodrigo Goulart, relator das revisões do Plano Diretor e da Lei de Zoneamento, acredita que alguns vetos de Nunes poderão ser derrubados, especialmente aqueles relacionados ao aumento dos gabaritos. A discussão na Câmara Municipal promete ser intensa nas próximas semanas, com diferentes atores defendendo seus interesses e visões sobre o desenvolvimento urbano de São Paulo.