A data escolhida para a sessão, 2 de abril, remonta ao ano de 1964, quando o Congresso Nacional declarou vago o cargo de presidente do país, que na época era ocupado por João Goulart. Jango assumiu a Presidência da República após a renúncia de Jânio Quadros. Randolfe Rodrigues explicou que a sessão foi realizada em celebração à democracia brasileira, 60 anos após o golpe de Estado de 1964.
Durante o evento no Plenário, diversos convidados ilustres estiveram presentes, entre eles Maria Thereza Goulart, ex-primeira-dama do Brasil; João Vicente Goulart, filho mais velho de Jango e presidente-executivo do Instituto João Goulart; José Dirceu, ex-deputado e ex-ministro da Casa Civil; Pedro César Batista, membro da comissão “64: Não Esqueceremos”; e a jornalista Mara Luquet.
Os discursos proferidos durante a sessão destacaram a importância de lembrar os erros cometidos durante o regime militar, a resistência da época e a necessidade de fortalecer e aprimorar as instituições democráticas. Também foi ressaltada a relevância do papel do jornalismo independente nesse processo de manter viva a memória histórica e promover a defesa da democracia.
Além disso, foram lançados dois livros sobre o regime militar: “Tempo de Chumbo”, que reúne textos de políticos e acadêmicos, e a reedição do livro “A Renúncia de Jânio”, com novos escritos e contribuições. Ambas as obras buscam trazer à tona os acontecimentos desse período sombrio da história brasileira.
A sessão no Senado também foi marcada por reflexões sobre os desaparecidos durante a ditadura, a importância de fazer justiça às vítimas e seus familiares, e a necessidade de despolitizar as Forças Armadas. O debate sobre o papel das Forças Armadas e a decisão do Supremo Tribunal Federal foram temas abordados pelos senadores presentes.
