Inicia no TRE-PR julgamento de ações que apontam desequilíbrio nas eleições de Moro; defesa alega abuso de poder econômico.

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) deu início nesta segunda-feira, dia 1º, ao julgamento das ações que podem resultar na cassação da chapa do senador Sérgio Moro, do partido União Brasil-PR. O ex-juiz federal é acusado de ter desequilibrado as eleições para uma cadeira no Senado no Paraná, devido aos altos gastos na pré-campanha à Presidência da República, o que teria lhe dado uma vantagem decisiva. Porém, Moro nega todas as acusações.

Em 2021, Sérgio Moro era pré-candidato à Presidência da República, mas posteriormente abandonou esse projeto e se candidatou pelo União Brasil ao Senado pelo Paraná. Partidos como PT e PL argumentam que os gastos excessivos durante a pré-campanha presidencial favoreceram Moro na disputa ao Legislativo federal. A Procuradoria Eleitoral do Paraná se manifestou a favor da cassação do mandato do senador, alegando abuso de poder econômico.

Durante seu depoimento ao TRE-PR no ano passado, Moro afirmou sentir-se ofendido pelas ações movidas pelos partidos adversários. O ex-juiz mencionou também os planos do Primeiro Comando da Capital (PCC) de sequestrá-lo, o que levou à necessidade de altos gastos com segurança. O presidente do TRE-PR garantiu que o julgamento será transparente e focado no mérito da acusação de abuso de poder econômico, sem considerar a projeção nacional de Moro ou a sua atuação na Lava Jato.

O relator da ação, desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza, é descrito como um juiz de votos contundentes. Durante o depoimento de Moro, ele questionou o valor elevado pago para a elaboração de um parecer utilizado pela defesa do senador. Os demais juízes membros do TRE-PR, cada um representando uma categoria, têm suas inclinações e históricos individuais, o que pode influenciar no desfecho do julgamento.

Independentemente do resultado no TRE-PR, espera-se que a parte perdedora recorra da decisão e que o caso seja encaminhado para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Assim, além de definir o destino de Sérgio Moro, o TSE também terá a responsabilidade de decidir sobre uma eventual eleição suplementar para o Senado no Paraná. A palavra final, portanto, ficará a cargo do TSE.

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