Expedição científica da Petrobras na margem equatorial desperta polêmica ambiental no Brasil.

Em meio a uma polêmica sobre a exploração de petróleo na margem equatorial brasileira, a Petrobras anunciou uma expedição científica para pesquisar a região, que se estende do litoral do Rio Grande do Norte até o Amapá, na fronteira com a Guiana Francesa. O objetivo da estatal é aprofundar os estudos sobre a geologia marinha na região, considerada a nova fronteira exploratória em águas profundas, e subsidiar futuros programas ambientais na área.

A exploração de petróleo na margem equatorial tem enfrentado resistência por parte do setor ambiental do governo, que negou licenças para a perfuração de poços no Amapá e no Maranhão. No entanto, o setor de petróleo argumenta que a atividade é fundamental para manter a produção de petróleo brasileira após o esgotamento do pré-sal.

O bloco 59 da bacia Foz do Amazonas é o principal alvo da Petrobras na margem equatorial. Esta é a segunda expedição da estatal na região, envolvendo 28 cientistas de 12 universidades e instituições de pesquisa, sendo 10 delas da região nordeste. A pesquisa foi iniciada no sábado, com o uso do navio de pesquisa Vital de Oliveira, da Marinha.

De acordo com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, a intenção é intensificar os estudos na região e utilizar tecnologias como inteligência artificial, drones e sensoriamento remoto para ampliar o conhecimento sobre o ambiente. A empresa pretende seguir o mesmo modelo adotado nas bacias de Campos e Santos, onde obteve avanços significativos no conhecimento dos ecossistemas marinhos.

O navio Vital de Oliveira é capaz de mapear dados da atmosfera, oceano, solo e subsolo marinhos e já realizou 85 viagens na costa brasileira. Com capacidade para até 90 militares e 40 pesquisadores, a embarcação está coletando materiais entre 130 e 800 metros de profundidade, a cerca de 150 quilômetros da costa do Amapá.

Recentemente, a Petrobras perfurou seu primeiro poço exploratório na margem equatorial, encontrando indícios de petróleo. Porém, ainda não foi possível determinar a viabilidade da produção na região. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu a continuidade da exploração de petróleo na região, argumentando que os recursos podem ser utilizados para proteger a floresta Amazônica e financiar a transição energética.

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