Dentre os ministros que se manifestaram, o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, se destacou como um dos principais defensores de eventos públicos de rejeição à ditadura militar. No entanto, a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo cancelou um ato que estava programado para 1º de abril, a fim de evitar atritos com as Forças Armadas.
Almeida, em seu perfil nas redes sociais, listou seis motivos pelos quais a ditadura nunca mais deve se repetir, enfatizando a importância de uma sociedade democrática, baseada na verdade, justiça e liberdade. Por outro lado, a postura de Lula em desautorizar ações do governo que relembrem a data do golpe militar reflete a preocupação em não acirrar os ânimos com os militares.
Outros ministros, como o da Educação, Camilo Santana, e o chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, também se manifestaram repudiando a ditadura e exaltando a democracia. O ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, fez uma homenagem aos que perderam suas vidas em razão da ruptura democrática em 1964, destacando figuras como Rubens Paiva, Wladimir Herzog e Manoel Fiel Filho.
Diante das manifestações dos ministros e da pressão do PT, Lula será cada vez mais pressionado a recriar a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos, que foi extinta no governo Bolsonaro. Organizações de direitos humanos consideram fundamental a retomada dos trabalhos da comissão para localizar restos mortais das vítimas da ditadura militar e garantir justiça e reparação às famílias afetadas. O debate sobre a memória e a verdade histórica se mantém relevante para fortalecer a democracia e a luta pelos direitos humanos no Brasil.