Estudo revela relação entre chuva e diversidade de animais tetrápodes em diferentes regiões do mundo.

Um estudo coordenado por um pesquisador da Universidade de Tel Aviv, com a participação de vários cientistas do mundo, incluindo da Universidade de São Paulo (USP), revelou que lugares com maior volume de chuva costumam abrigar uma maior diversidade de espécies de mamíferos, anfíbios e aves. Essa pesquisa, recentemente publicada na revista Zoological Society of London, aponta a importância da relação entre as precipitações e a biodiversidade dos tetrápodes.

De acordo com os pesquisadores, a Bacia Amazônica, na região dos Andes, assim como o nordeste da floresta tropical, são áreas com uma riqueza de animais impressionante. A topografia acidentada somada à diversidade da Floresta Amazônica criam um ambiente único para uma grande variedade de espécies. Um dos exemplos citados no estudo é a Serra do Divisor, no Acre, que está a apenas 200 km do Andes e apresenta uma alta diversidade de anfíbios.

A pesquisa também ressalta a importância das diferenças de altitude para a biodiversidade local. Enquanto o Andes possui uma grande variedade de animais devido às diferentes altitudes, as regiões acima de 4 mil metros não apresentam a mesma diversidade devido às baixas temperaturas.

Um ponto interessante levantado no estudo é a relação entre as precipitações e a diversidade de espécies. Aves e mamíferos endotérmicos conseguem sobreviver em variadas condições climáticas, graças à sua capacidade de manter a temperatura corporal. No entanto, anfíbios e répteis, que são ectotérmicos, dependem da água e umidade para realizar processos fisiológicos essenciais, o que explica a correlação entre a presença de chuva e a diversidade desses animais.

Por outro lado, os répteis conseguem sobreviver em condições de seca devido ao seu corpo coberto de escamas, que impede a perda de água para o ar. Essa característica faz com que os répteis sejam comuns em regiões áridas, como a Austrália, onde há grandes desertos.

Além disso, os pesquisadores também destacam a influência da latitude na diversidade de tetrápodes. Regiões mais próximas à Linha do Equador tendem a apresentar uma maior diversidade de espécies, devido às temperaturas mais altas e à pluviosidade. No entanto, mesmo em latitudes semelhantes, a diversidade de tetrápodes é maior no hemisfério sul, devido às condições climáticas mais favoráveis.

Dessa forma, a relação entre as precipitações, a latitude e as características fisiológicas dos animais desempenha um papel fundamental na distribuição da biodiversidade dos tetrápodes ao redor do mundo.

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