Durante a quarentena, muitos discutiram sobre a possibilidade de um “novo normal” após a pandemia. Acreditava-se que as pessoas iriam rever suas prioridades, suas formas de produzir, socializar e educar. No entanto, parece que voltamos rapidamente às nossas rotinas anteriores, sem grandes mudanças significativas.
Ao regar as plantas durante o dia, algumas lembranças vagas dos tempos estranhos da pandemia surgem, como se fossem de outra época, algo distante e quase esquecido. A arte produzida durante o isolamento tentou refletir a situação absurda em que estávamos, mas uma vez que voltamos à normalidade, os temas de sempre voltaram à tona.
É interessante observar como poucas obras de arte retrataram aquele período conturbado da história recente. Parece que, após a vacinação e o retorno às ruas, preferimos não relembrar os momentos difíceis que vivemos, como se estivessem separados de nós por uma barreira invisível.
A imagem de uma mudança durante a quarentena, com caixas de pertences e uma bicicleta infantil no banco do carona, nos convida a refletir sobre a forma como lidamos com aquele momento. Será que deveríamos conversar mais abertamente sobre a pandemia, sobre o que aprendemos e o que mudou em nossas vidas?
A quarentena acabou, mas será que realmente aprendemos algo com ela? A pandemia foi um divisor de águas, mas parece que voltamos rapidamente ao mesmo lugar de onde partimos, sem grandes transformações. Talvez seja hora de reexaminar aqueles anos e pensar no que realmente importa para nós, como indivíduos e como sociedade.