Angela Mendes, filha de Chico Mendes e presidente do comitê em homenagem ao pai, destacou a importância da campanha de doações, ressaltando a vulnerabilidade das populações mais tradicionais frente às mudanças climáticas. Ela ressaltou que as medidas humanitárias oferecidas pelos governos federal, estadual e local não são suficientes para garantir a recuperação dos trabalhadores rurais, sendo necessário um apoio a médio e longo prazo.
Mais de 200 famílias ficaram desalojadas após a enchente e as populações mais vulneráveis, como os indígenas, foram as mais afetadas. A urgência em trazer o debate sobre as consequências econômicas, ambientais e sociais da enchente foi ressaltada pela ativista, que também alertou para a necessidade de atendimentos voltados à saúde mental dos extrativistas.
A inundação em 2024 afetou 19 dos 22 municípios do Acre, resultando em três mortes por afogamento e mais de 120 pessoas prejudicadas. Além disso, outro problema agravado pela enchente foi o desmatamento na reserva Chico Mendes, o que tornou a crise climática ainda mais severa.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade informou que as áreas de produção de culturas como macaxeira, arroz, feijão e banana foram severamente afetadas pela inundação. Medidas de apoio estão sendo tomadas, como a distribuição de cestas básicas e a implementação de ações de fiscalização e recuperação de áreas degradadas.
Tanto o governo estadual quanto a prefeitura de Xapuri também estão se mobilizando para ajudar as famílias afetadas, fornecendo cestas básicas, kits de limpeza e assistência social. Uma chave Pix foi disponibilizada pelo Comitê Chico Mendes para aqueles que desejam fazer doações e contribuir com a recuperação dessas comunidades atingidas.