Desapropriações para novo centro administrativo de SP incluem imóveis de habitação social no entorno do parque Princesa Isabel.

O governo de Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos, está estudando desapropriações de imóveis para a construção do novo centro administrativo do Estado de São Paulo, localizado no entorno do Parque Princesa Isabel, na região central da capital. Essas desapropriações incluem imóveis destinados à habitação social, o que vai contra um dos objetivos da proposta estadual, que é a reocupação do centro de São Paulo.

Segundo integrantes do governo envolvidos no projeto, ainda não há uma definição sobre quais serão os imóveis desapropriados e demolidos. A decisão final será tomada após a conclusão do projeto a ser apresentado pelo escritório de arquitetura vencedor do concurso público lançado recentemente. Além disso, o governador prometeu anunciar um amplo programa habitacional para a região.

No entanto, a Declaração de Utilidade Pública assinada por Tarcísio inclui um prédio em construção que está destinado a abrigar 130 famílias que vivem em cortiços no centro da cidade. Este edifício faz parte do programa municipal Pode Entrar Entidades e tem a obra coordenada pela Cohab, a companhia de habitação estatal da gestão do prefeito Ricardo Nunes, do MDB.

O prédio da Cohab está com 40% da obra concluída e tem previsão de ser entregue às famílias beneficiadas no próximo ano. Ao lado deste prédio, um empreendimento habitacional privado começou a vender suas 375 unidades, sendo que 90% delas são destinadas à habitação social para famílias com renda entre 3 e 6 salários mínimos.

A área onde estão localizados esses empreendimentos faz parte do planejamento do governo para desapropriação de imóveis, a fim de construir edifícios que farão parte do novo centro administrativo. Inicialmente, o prédio da Cohab não estava incluído nessa área, mas, na versão final da Declaração de Utilidade Pública, toda a quadra foi considerada.

A rápida expansão de novos empreendimentos na região surpreendeu a equipe de Tarcísio, podendo resultar em aumento dos custos de desapropriação. Por isso, o governo está considerando a possibilidade de manter o prédio da Cohab e seus futuros moradores no local, excluindo-o da área de desapropriação.

Estima-se que cerca de 200 famílias terão que ser desapropriadas nos arredores do Parque Princesa Isabel. A Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação do Estado irá manter um posto de atendimento para orientar essas famílias. Além disso, está sendo planejada a criação de 6.000 unidades habitacionais, metade delas para famílias com renda entre 1 e 6 salários mínimos, espalhadas entre o centro histórico e o bairro Campos Elíseos.

Essas intervenções fazem parte dos planos da gestão de Tarcísio para a região da cidade que anteriormente abrigava a conhecida concentração de dependentes químicos, a Cracolândia. O governador afirmou que a proposta envolverá a recuperação de edifícios antigos, por meio de retrofits, e a construção de novos. A data exata para o lançamento do projeto ainda não foi definida, mas há expectativas de que ocorra em algumas semanas.

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