Professores vítimas de ataque em escola de São Paulo lutam por ajuda psicológica e indenização após um ano

Um ano após o terrível ataque à escola Thomazia Montoro, localizada na zona oeste de São Paulo, as professoras Ana Célia da Rosa, de 59 anos, e Rita Reis, de 68 anos, ainda enfrentam as consequências físicas e emocionais do episódio traumático. Ambas foram vítimas de um aluno agressor, que resultou na morte da professora Elisabeth Terneiro e deixou outras duas pessoas feridas.

Ana Célia, que levou 17 facadas durante o ataque, não recebeu suporte psicológico nem indenização financeira. Sem trabalho há três meses, ela se viu obrigada a vender produtos como Tupperware e bolo de pote para sustentar-se. Rita Reis, por sua vez, desenvolveu problemas psicológicos após a agressão e não conseguiu retornar à sala de aula, embora não tenha conseguido se aposentar ou mudar de função.

Ambas as professoras eram contratadas temporariamente pela Secretaria Estadual de Educação, o que as deixou desprovidas de direitos trabalhistas assegurados a docentes efetivos. A falta de suporte por parte do governo após o ataque agravou ainda mais a situação das vítimas, que relatam a ausência de apoio psicológico e financeiro.

Apesar das dificuldades enfrentadas, tanto Ana Célia quanto Rita Reis continuaram trabalhando até o encerramento de seus contratos temporários. No entanto, o novo processo de atribuição de aulas implementado pelo governo Tarcísio as deixou sem perspectivas de voltar a lecionar, mesmo com anos de experiência na rede estadual de ensino.

A situação das professoras reflete uma realidade mais ampla, onde a maioria dos professores das escolas estaduais é contratada de forma temporária. A mudança nas regras de atribuição de aulas gerou um cenário de incerteza e deixou muitos educadores sem trabalho. A falta de priorização dos profissionais mais experientes em detrimento dos aprovados em concursos mais recentes foi um obstáculo para Ana Célia e Rita Reis.

Diante das dificuldades enfrentadas pelas professoras agredidas na escola Thomazia Montoro, a responsabilidade do estado sobre a segurança dos funcionários e alunos em casos de ataques torna-se evidente. A falta de apoio psicológico, indenização financeira e reconhecimento do impacto emocional do episódio revela a negligência do governo em proteger e amparar as vítimas.

A Secretaria de Educação, por sua vez, destaca os serviços de atendimento psicológico disponibilizados aos profissionais e alunos afetados pelo ataque. A proposta de suspensão dos processos de indenização e a busca por um acordo extrajudicial são medidas adotadas para mitigar as consequências do episódio.

No entanto, as professoras Ana Célia e Rita Reis ainda aguardam por uma solução que possa reparar os danos causados pelo violento ataque à escola Thomazia Montoro e garantir seu bem-estar e segurança no ambiente de trabalho. A luta das vítimas por justiça e apoio revela a necessidade de políticas mais eficazes e sensíveis para proteger aqueles que dedicam suas vidas à educação de nossos jovens.

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