O delegado Giniton Lages, indicado por Rivaldo para chefiar a investigação, também é apontado no relatório da PF como parte do esquema de sabotagem da investigação. Ambos, no entanto, negam qualquer envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco.
No último domingo, a PF prendeu Domingos e Chiquinho Brazão, apontados por Ronnie Lessa, ex-PM que confessou ser o executor do crime, como os mandantes do assassinato. Lessa fez uma delação premiada, homologada pelo ministro do STF Alexandre Moraes, onde apontou os irmãos Brazão como os responsáveis pelo crime.
O relatório final apresentado por Lages em 2019 apontava Lessa e Élcio Queiroz como os executores, mas não mencionava os mandantes. A PF destacou as falhas da Polícia Civil do Rio, como a falta de captação e análise de imagens de câmeras de segurança, uso de denúncias apócrifas duvidosas, entre outras.
Outra falha apontada foi a falta de informações substanciais sobre uma busca e apreensão na empresa Martinelli Imóveis, indicada por um depoimento como local frequentado por Marcelo Siciliano, também suspeito no caso. A PF destacou que as falhas impediram a coleta de depoimentos importantes e a confirmação de provas relevantes para o caso.
Com o passar dos anos e a sequência de falhas, o caso Marielle tornou-se um “cold case”, onde é quase impossível produzir provas cabais sobre a autoria e motivações do crime. A defesa de Rivaldo nega qualquer envolvimento com o crime, enquanto a Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar a conduta dos envolvidos. Lages afirmou que sempre agiu com independência e autonomia em suas investigações.