Relatório da PF aponta falhas da Polícia Civil do Rio no caso Marielle como causa da ausência da identificação dos mandantes.

A Polícia Federal divulgou recentemente o relatório final sobre o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, apontando uma série de falhas na investigação conduzida pela Polícia Civil do Rio de Janeiro como responsáveis pela ausência da identificação dos mandantes do crime ao longo de seis anos. Segundo os investigadores federais, o chefe da Polícia Civil na época, Rivaldo Barbosa, teria arquitetado o crime, garantindo que a investigação não chegaria aos reais mandantes antes mesmo do assassinato ocorrer.

O delegado Giniton Lages, indicado por Rivaldo para chefiar a investigação, também é apontado no relatório da PF como parte do esquema de sabotagem da investigação. Ambos, no entanto, negam qualquer envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco.

No último domingo, a PF prendeu Domingos e Chiquinho Brazão, apontados por Ronnie Lessa, ex-PM que confessou ser o executor do crime, como os mandantes do assassinato. Lessa fez uma delação premiada, homologada pelo ministro do STF Alexandre Moraes, onde apontou os irmãos Brazão como os responsáveis pelo crime.

O relatório final apresentado por Lages em 2019 apontava Lessa e Élcio Queiroz como os executores, mas não mencionava os mandantes. A PF destacou as falhas da Polícia Civil do Rio, como a falta de captação e análise de imagens de câmeras de segurança, uso de denúncias apócrifas duvidosas, entre outras.

Outra falha apontada foi a falta de informações substanciais sobre uma busca e apreensão na empresa Martinelli Imóveis, indicada por um depoimento como local frequentado por Marcelo Siciliano, também suspeito no caso. A PF destacou que as falhas impediram a coleta de depoimentos importantes e a confirmação de provas relevantes para o caso.

Com o passar dos anos e a sequência de falhas, o caso Marielle tornou-se um “cold case”, onde é quase impossível produzir provas cabais sobre a autoria e motivações do crime. A defesa de Rivaldo nega qualquer envolvimento com o crime, enquanto a Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar a conduta dos envolvidos. Lages afirmou que sempre agiu com independência e autonomia em suas investigações.

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