Relatora da ONU acusa Israel de promover genocídio na Faixa de Gaza, governo de Tel Aviv rebate as acusações.

Na última segunda-feira (25), a relatora especial das Nações Unidas (ONU) para os direitos humanos nos territórios palestinos ocupados, Francesca Albanese, divulgou um relatório impactante que acusa Israel de promover um genocídio na Faixa de Gaza. Essa é a primeira vez que um documento ligado à ONU faz uma acusação tão séria contra Israel, colocando em xeque a conduta do governo de Tel Aviv em relação aos palestinos.

Segundo Albanese, a intensidade e a extensão dos ataques de Israel em Gaza, juntamente com as condições de vida destrutivas impostas à população, indicam uma clara intenção de destruir fisicamente os palestinos como grupo. Ela alega que a situação na região revela uma série de atos que se enquadram nos critérios de genocídio estabelecidos pela Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio de 1948.

Além do relatório da ONU, Israel também está enfrentando acusações de genocídio na Corte Internacional de Justiça, após denúncia apresentada pela África do Sul e apoiada por diversos países, incluindo o Brasil. A relatora especial pediu medidas urgentes por parte dos países para promover um embargo de armas contra Israel, juntamente com outras sanções econômicas e políticas para garantir um cessar-fogo duradouro na região.

Albanese ressaltou que o genocídio não se trata de um ato isolado, mas sim de um processo contínuo de perseguição e destruição de um grupo, envolvendo desde a eliminação física até a tentativa de apagar a cultura e a identidade desse grupo. A desumanização dos palestinos por autoridades israelenses também foi destacada como um fator que contribui para a caracterização do genocídio em Gaza.

Por sua vez, o Ministério das Relações Exteriores de Israel refutou veementemente as acusações presentes no relatório de Albanese, alegando que o documento deslegitima a existência do Estado de Israel e distorce os fatos para se ajustar a uma narrativa política. Para Tel Aviv, a guerra em Gaza é direcionada contra o Hamas e não contra os civis palestinos.

O relatório de Francesca Albanese trouxe à tona um debate complexo e sensível sobre os direitos humanos e o conflito no Oriente Médio, adicionando mais um capítulo contundente na controvérsia entre Israel e Palestina.

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