Professor da UFF defende reformulação da Polícia Civil do Rio de Janeiro após prisão de chefes envolvidos em crimes

O professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e membro do grupo de trabalho sobre Redução da Letalidade Policial do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Daniel Hirata, fez declarações polêmicas nesta segunda-feira (24) acerca da reformulação da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Em sua fala, Hirata ressaltou a necessidade de mudanças na cúpula da corporação, destacando a relação promíscua existente entre altos escalões e a criminalidade organizada, bem como o sistema político.

A controvérsia em torno da Polícia Civil carioca não é recente, haja vista que, nos últimos 16 anos, quatro chefes da instituição foram presos. Entre eles estão nomes como Álvaro Lins, Ricardo Hallak, Allan Turnowski e, mais recentemente, Rivaldo Barbosa, suspeito de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Esses episódios evidenciam a fragilidade da estrutura institucional da Polícia Civil do Rio de Janeiro, conforme ressaltou Hirata.

O coordenador do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), Pablo Nunes, também se pronunciou, ressaltando que as prisões efetuadas no contexto do caso Marielle Franco revelam um quadro de deterioração institucional no estado do Rio de Janeiro. Para Nunes, a refundação das polícias é uma medida urgente e necessária para combater a corrupção e promover a segurança pública de forma eficaz.

Diante desse cenário, a Corregedoria-Geral de Polícia Civil informou que abriu inquérito para investigar a conduta dos delegados Rivaldo Barbosa, Gíniton Lages e Marco Antônio Barros Pinto. A corporação ressaltou que as investigações seguirão o rito legal, conforme a complexidade de cada caso.

Em síntese, as declarações de Hirata e Nunes refletem a preocupação com a crise de integridade institucional na Polícia Civil do Rio de Janeiro e sinalizam a necessidade de mudanças estruturais e maior controle sobre as práticas policiais. A esperança é que tais debates e investigações contribuam para a promoção de uma força policial mais transparente, eficiente e comprometida com a segurança da população carioca.

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