A organização destacou que as informações apuradas pelas autoridades sugerem que o crime poderia estar ligado aos interesses de expansão das milícias no Rio de Janeiro. A Anistia ressaltou a importância de lembrar que a impunidade e a omissão das autoridades do Estado contribuem para o surgimento e crescimento de grupos paramilitares, o que torna necessária uma resposta contundente por parte das instituições.
A operação, intitulada Murder Inc., cumpriu três mandados de prisão preventiva e 12 mandados de busca e apreensão na cidade do Rio de Janeiro, resultando na prisão de Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, Chiquinho Brazão, deputado federal, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio.
A Anistia Internacional enfatizou que o dever do Estado de prevenir violações de direitos, investigar de forma diligente, responsabilizar por violações e reparar as vítimas foi descumprido no caso do assassinato de Marielle e de seu motorista, Anderson. A organização considerou inaceitável a demora de seis anos para a elucidação do crime e destacou a necessidade de responsabilização de todos os envolvidos no planejamento e execução do assassinato, bem como daqueles que tentaram obstruir as investigações.
Por fim, a Anistia Internacional renovou sua cobrança por justiça e instou as autoridades brasileiras a garantir que todos os responsáveis pelo crime sejam levados à justiça em julgamentos justos que atendam aos padrões internacionais. A organização ressaltou que o legado de Marielle Franco só poderá ser honrado se o Brasil se tornar um espaço seguro para defensores dos direitos humanos.