Apagões consecutivos atingem bairros do centro de São Paulo pelo quinto dia seguido, causando prejuízos e revolta na população.

Os bairros do centro de São Paulo enfrentaram mais um dia de problemas com o fornecimento de energia elétrica, nesta sexta-feira (22). A concessionária responsável, Enel, registrou o quinto dia consecutivo de queda de energia em regiões como Consolação, Bela Vista, Vila Buarque, Santa Cecília, Higienópolis e Campos Elíseos.

A situação se agravou na região da República, onde o Edifício Copan, residência de aproximadamente 5 mil pessoas, ficou sem luz, sendo abastecido parcialmente por geradores. Além disso, a falta de energia atingiu a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, o Hospital Santa Isabel, escolas, faculdades, residências e estabelecimentos comerciais locais.

Comerciantes e empresários locais expressaram preocupação e insatisfação com a situação. Ruan Cardoso, proprietário de uma loja de conserto de celulares, relatou prejuízos diários de até R$ 2 mil devido à falta de energia. Já Luiz Alberto, vendedor de produtos perecíveis, afirmou ter sofrido prejuízos que variam entre R$ 5 mil e R$ 10 mil.

Gabriela Bonilha, dona de uma cafeteria na Vila Buarque, teve que fechar as portas temporariamente por conta dos frequentes apagões. Mesmo após a energia ser parcialmente restabelecida, a comerciante teve que adotar medidas improvisadas para continuar operando, como usar uma air fryer caseira e uma garrafa térmica.

A Enel Distribuição São Paulo informou que cerca de 97% dos clientes afetados tiveram o serviço de energia restabelecido até as 16h. No entanto, ainda havia cerca de 600 clientes sem energia devido a danos em circuitos subterrâneos. Em nota, a concessionária lamentou os transtornos causados e explicou que a reparação dos danos em redes subterrâneas é um processo complexo e demorado.

Diante dos problemas recorrentes, o Ministério Público de Contas solicitou ao Tribunal de Contas da União uma investigação sobre a prestação de serviços da Enel. Caso sejam identificadas irregularidades, o MP pedirá a extinção da concessão da empresa. A comunidade local, representada por comerciantes como Gabriela Bonilha, busca formas de minimizar os impactos financeiros, como a realização de eventos aos domingos em conjunto para estimular o comércio local.

A situação permanece crítica para os moradores e comerciantes dos bairros afetados, que aguardam respostas da concessionária Enel e esperam por uma solução definitiva para os problemas de fornecimento de energia elétrica na região central da capital paulista.

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