Estudo aponta melhora gradativa na qualidade das águas dos rios da Mata Atlântica, mas situação ainda é preocupante.

O relatório anual da Fundação SOS Mata Atlântica, divulgado recentemente, revelou uma melhora gradativa na qualidade das águas dos rios que atravessam a mata atlântica. De acordo com o estudo realizado ao longo de 2023, a avaliação da qualidade da água nos diversos pontos estudados apresentou algumas mudanças em relação ao ano anterior.

Nenhhuma das análises realizadas obteve a classificação “ótima”, o que demonstra que ainda há desafios a superar. No entanto, houve um aumento no percentual de locais classificados como “boa” em relação ao ano passado, passando de 6,9% para 8%. A qualidade “regular” também apresentou melhorias, com 77% dos pontos analisados obtendo essa classificação, contra 75% no ano anterior.

Por outro lado, a classificação de qualidade “ruim” experimentou uma redução, passando de 16,3% em 2022 para 12,1% em 2023. Já a classificação “péssima” teve um aumento, atingindo 2,9% neste ano, em comparação com os 1,9% registrados no relatório anterior.

Os dados foram obtidos através do programa Observando os Rios, que realizou 1.101 análises em 174 pontos de 129 rios e corpos d’água em 80 municípios de 16 estados da mata atlântica. Destaca-se a melhoria na qualidade da água em alguns pontos, como nos rios Mamanguape, na Paraíba, e no ribeirão do Curral, em Ilhabela (SP), que passaram de uma condição regular para boa.

No entanto, mesmo com esses avanços, a SOS Mata Atlântica alerta para a fragilidade ambiental de grande parte dos rios monitorados, destacando a necessidade de uma gestão mais eficaz da água. Gustavo Veronesi, porta-voz da organização, ressaltou que ainda existem muitos desafios a serem superados, especialmente no que diz respeito ao saneamento básico em algumas regiões.

Em resposta ao relatório, a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo afirmou que os critérios utilizados pela SOS Mata Atlântica podem diferir dos adotados pela Cetesb na classificação da qualidade da água. A Cetesb, por sua vez, monitora a qualidade da água em diversos pontos na bacia do rio Pinheiros e em seus afluentes, destacando a melhoria ao longo dos anos.

A Sabesp, responsável pelo programa Córrego Limpo em parceria com a Prefeitura de São Paulo, também enfatizou a importância da recuperação dos córregos urbanos, ressaltando que a despoluição não se limita apenas à remoção de esgoto, mas também à redução da poluição difusa.

Em suma, apesar dos avanços na qualidade da água dos rios da mata atlântica, ainda há muito a ser feito para garantir a preservação e a sustentabilidade desses importantes ecossistemas. A conscientização e ações efetivas são fundamentais para a manutenção da saúde dos rios e a proteção do meio ambiente.

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