Indígenas de cinco países se reúnem em Brasília para debater ciência e justiça climática em evento internacional de pesquisadores.

Na manhã da última quarta-feira, indígenas de diferentes países da América Latina se reuniram na sede do CNPq, em Brasília, para discutir questões relacionadas à ciência e justiça climática. O 1º Encontro Internacional de Pesquisadores Indígenas entre Aldeias e Universidades contou com a presença de representantes do governo federal, professores, estudantes, cientistas e personalidades renomadas, como o cacique Raoni Metuktire, a ativista Txai Suruí e o escritor Ailton Krenak.

Durante o evento, diversas temáticas foram abordadas, com enfoque na crise climática e no papel dos povos originários na proteção dos biomas contra diferentes formas de degradação ambiental. Raoni Metuktire, conhecido líder indígena da etnia kayapó, destacou a importância de deter a ação nociva de garimpeiros e madeireiros nas florestas e territórios indígenas, enfatizando que as ações humanas são a principal causa do aquecimento global.

Além disso, Raoni lamentou as mortes de indígenas em conflitos contra invasores e reforçou a importância da preservação da Amazônia e dos povos originários. Em reconhecimento à sua luta em defesa do meio ambiente e dos conhecimentos tradicionais, o cacique recebeu recentemente dois títulos de doutor honoris causa por universidades do Mato Grosso.

Arlindo Baré, presidente da Upei, salientou a relevância da representatividade indígena nas universidades para que os conhecimentos tradicionais sejam compartilhados com a comunidade científica. Baré ressaltou a importância histórica dos povos indígenas na preservação da natureza e afirmou que a ciência atualmente corrobora com seus conhecimentos ancestrais.

Representando a Amazônia em COPs internacionais, Txai Suruí enfatizou a capacidade dos povos indígenas de empregar conhecimentos científicos antes mesmo da chegada dos colonizadores. A estudante de direito destacou a importância de unir a ciência com os saberes tradicionais para promover a preservação ambiental e a sustentabilidade.

Diversos representantes de países da América Latina participaram dos debates, ressaltando a importância dos conhecimentos indígenas na construção de soluções para a crise climática. A troca de experiências e saberes durante o encontro demonstrou a importância do diálogo intercultural e da valorização dos povos originários na busca por um futuro mais sustentável.

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