Esquema de falsificação de certificados de vacinação atinge Bolsonaro, revela relatório da Polícia Federal.

O caso de falsificação do certificado de vacinação contra a covid-19 do ex-presidente Jair Bolsonaro ganhou novos contornos com a divulgação do relatório final elaborado pela Polícia Federal (PF). Segundo o documento, um esquema montado pelo ex-ajudante de ordens da Presidência, Mauro César Cid, proporcionou certidões fraudadas a pelo menos nove pessoas.

De acordo com as informações apuradas pela PF, o esquema teve início em novembro de 2021, quando Cid solicitou ao sargento do Exército Luis Marcos dos Reis a obtenção de um cartão de vacinação forjado para sua esposa. A ação contou com a participação do médico Farley Vinicius de Alcântara, que conseguiu um cartão da Secretaria de Saúde do Estado de Goiás, preenchido com informações falsas.

A investigação da PF incluiu depoimentos, mensagens em aplicativos de celular, registros de login em sistemas da Saúde e dados de geolocalização dos envolvidos. O sigilo sobre o relatório final foi levantado por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do inquérito que conduziu as investigações.

A fraude no certificado de vacinação envolveu diversas etapas, desde a obtenção do cartão falso até a inserção dos dados no sistema ConecteSUS. Segundo as investigações, diversas pessoas próximas a Mauro Cid se beneficiaram do esquema, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua família, além de auxiliares e um deputado federal.

O relatório da PF aponta que o objetivo das inserções fraudulentas era possibilitar a emissão de certificados de vacinação contra a covid-19 para viagens aos Estados Unidos. Bolsonaro e outras 15 pessoas foram indiciadas por crimes relacionados à falsificação de certificados.

A defesa do ex-presidente considerou o indiciamento um absurdo e negou qualquer participação em irregularidades. Enquanto isso, os demais envolvidos aguardam acesso ao processo para se manifestar sobre as acusações.

O caso continua em andamento, com o Ministério Público Federal aguardando para apresentar seu parecer sobre o inquérito policial. As investigações seguem em curso, e novas revelações podem surgir à medida que o caso se desenrola.

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