Associação Brasileira de Carvão Mineral se torna Associação Brasileira de Carbono Sustentável, gerando polêmica ambiental com ‘greenwashing’ no setor.

A Associação Brasileira de Carvão Mineral realizou uma mudança significativa em sua identidade neste mês, passando a se chamar Associação Brasileira de Carbono Sustentável, adotando a sigla ABCS. Essa alteração tem como objetivo refletir uma preocupação mais evidente com os impactos ambientais causados pela indústria do carvão, um combustível fóssil conhecido por suas emissões de gases de efeito estufa.

No entanto, a decisão da ABCS foi questionada por ONGs ambientalistas, que apontam essa mudança como uma estratégia de “greenwashing”, ou seja, uma tentativa de atribuir um rótulo verde às atividades do carvão sem resultados efetivos. Essas organizações acreditam que a indústria do carvão ainda não implementou ações concretas para mitigar seus impactos ambientais.

Por outro lado, a presidência da ABCS, anteriormente conhecida como ABCM, defende a mudança como parte de um novo planejamento estratégico da associação, focado na redução das emissões de gases de efeito estufa. O presidente Fernando Luiz Zancan ressalta que essa mudança está alinhada com movimentos internacionais do setor de carvão, visando a aplicação de tecnologias para reduzir os impactos ambientais.

Segundo Zancan, a ABCS está desenvolvendo projetos-pilotos com o objetivo de atingir emissões líquidas zero de carbono, mantendo a indústria do carvão ativa no Brasil. Ele destaca a importância do carvão para a segurança energética do país, enquanto as ONGs ambientalistas alertam para os prejuízos ambientais e econômicos causados pela persistência no uso desse combustível fóssil.

Além disso, a indústria do carvão no Brasil tem sido alvo de críticas por parte de especialistas, que questionam a viabilidade econômica e ambiental desse setor. Juliano Araújo, diretor-executivo do Instituto Arayara, destaca que não existem projetos que tornem o carvão uma fonte de energia limpa e sustentável. Ele ressalta ainda que a indústria do carvão no Brasil é mantida por subsídios econômicos e não oferece o devido tratamento aos resíduos poluentes.

Em meio a essas discussões, a indústria do carvão busca garantir sua sobrevivência por meio de apoio político e leis favorecedoras, o que gera impasses na transição verde do país. Enquanto isso, as energias renováveis como solar, eólica e biomassa despontam como alternativas mais sustentáveis e promissoras para o futuro energético do Brasil.

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