A operação de transferência foi conduzida pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro e contou com um forte esquema de segurança. Um total de 16 policiais penais do Estado e cinco viaturas da secretaria escoltaram o miliciano de Bangu até o Aeroporto Santos Dumont, no Centro da cidade, onde ele foi entregue a cinco policiais penais da Secretaria Nacional de Políticas Penais, responsáveis por conduzi-lo até a penitenciária em Mato Grosso do Sul.
Zinho foi preso em 24 de dezembro de 2023 em uma operação conjunta entre a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro e a Polícia Federal. Ele é acusado de comandar os ataques a ônibus e trem na zona oeste da capital fluminense em outubro passado.
Além de Zinho, Marcelo de Luna Silva, conhecido como Boquinha, também foi transferido para o presídio de Campo Grande. Boquinha é tido como cúmplice de Zinho e faz parte da principal milícia da zona oeste do Rio. A juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, determinou ainda a inclusão dos dois réus em regime disciplinar diferenciado.
A decisão da Justiça de transferir Zinho e Boquinha para presídios federais se deve ao alto grau de periculosidade dos acusados e à importância de suas colaborações para esclarecer crimes em andamento. A promotora de Justiça Simone Sibilio justificou que a presença de Zinho no Rio representava um risco para as políticas de segurança pública do estado.
Ao longo dos anos, Zinho acumulou 12 mandados de prisão por crimes ligados à milícia que sua família, conhecida como Família Braga, lidera desde 2010. Mesmo com as acusações, a defesa do miliciano nega qualquer envolvimento nos crimes atribuídos a ele.
Segundo as investigações, Zinho é o terceiro líder da família a assumir o comando da milícia, que é considerada uma das mais poderosas e perigosas do estado. Sua transferência para um presídio federal representa um passo importante na tentativa de desarticular as atividades criminosas da milícia no Rio de Janeiro.