Além do crime de homicídio qualificado, os policiais foram acusados de fraude processual, tentativa de homicídio e lesão corporal grave na modalidade culposa, devido a um segundo veículo atingido pelos disparos dos agentes. A diarista Cláudia dos Santos foi ferida no episódio e precisou passar por cirurgias, ficando afastada do trabalho.
Segundo relatos do marido de Anne Caroline, Alexandre Mello, os policiais abordaram o carro em que estavam de forma violenta e sem dar chance de defesa, disparando oito tiros de fuzil. O MPF destacou que, apesar de apenas um dos agentes ter efetuado os disparos, todos os policiais devem responder pelo crime, uma vez que houve uma confluência de vontades para a ação.
A denúncia ainda ressaltou que os policiais não tomaram providências para diminuir as consequências dos seus atos, violando o dever funcional de preservar o local do crime. Após os disparos, os agentes assumiram o volante do carro atingido e seguiram para o hospital, onde Anne Caroline veio a óbito.
O procurador da República, Eduardo Benones, classificou os fatos como de extrema gravidade e evidenciou que as condutas dos policiais justificam a prisão preventiva. O MPF também solicitou uma indenização para reparação dos danos morais e materiais causados a Alexandre e Cláudia, nos valores de R$ 1,5 milhão e R$ 1 milhão, respectivamente.
A defesa dos policiais denunciados pelo MPF não foi localizada para comentar o caso.