O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) havia identificado cerca de 13 mil substâncias químicas nos plásticos, porém, o relatório produzido pelos cientistas europeus apontou um número muito maior, sendo um quarto dessas substâncias considerado perigoso para a saúde humana e o meio ambiente. Essa descoberta é alarmante e coloca em questão a segurança dos produtos feitos de plástico.
Essa informação surge em um momento crucial, pois negociadores governamentais estão trabalhando na elaboração do primeiro tratado global para combater a crescente poluição plástica. A produção de cerca de 400 milhões de toneladas de resíduos plásticos todos os anos torna essencial a criação de medidas eficazes para lidar com esse problema.
Segundo Jane Muncke, diretora administrativa do Food Packaging Forum, é necessário analisar o ciclo de vida completo dos plásticos e abordar a questão das substâncias químicas para resolver de forma eficaz a poluição plástica. Ela destaca que essas substâncias podem contaminar a água e os alimentos, trazendo consequências graves para a saúde das pessoas.
Os cientistas alertam que a abordagem focada apenas nos resíduos plásticos não é suficiente para proteger a população. É necessário promover maior transparência sobre as substâncias químicas presentes nos plásticos, inclusive nos produtos reciclados. A falta de informações sobre a identidade química de um quarto das substâncias químicas identificadas revela a complexidade do problema.
Diante desse cenário, a necessidade de um tratado global que regulamente o uso e a produção de plásticos se torna cada vez mais evidente. A segurança dos consumidores e a preservação do meio ambiente devem ser prioridades nesse processo de tomada de decisões. A transparência e a conscientização sobre os riscos associados aos produtos plásticos são fundamentais para garantir um futuro mais sustentável.