Em entrevista realizada na Penitenciária 2 de Tremembé, onde cumpre pena por peculato, Adriano Filho alega que o esquema de desvio de verbas aconteceu entre os anos de 2005 e 2012, injetando mais de R$ 2 milhões nas contas de 27 oficiais da corporação. Ele afirmou que os oficiais se beneficiavam do dinheiro obtido por meio de licitações fraudadas, sem a necessidade de prestar contas ou devolver o dinheiro.
Além disso, Adriano revelou detalhes sobre os oficiais envolvidos no esquema, incluindo o ex-comandante-geral da PM, coronel Alvaro Camilo, e o desembargador militar Eduardo Orlando Geraldi. Segundo ele, Camilo teria recebido cerca de R$ 150 mil em benefícios durante o período em que o esquema funcionou. Já Geraldi teria recebido aproximadamente R$ 120 mil em depósitos e pagamentos feitos pelo ex-tenente-coronel.
As acusações feitas por Adriano foram investigadas e arquivadas pelo Ministério Público, segundo os citados na reportagem. O filho de um dos oficiais beneficiados também negou ter recebido dinheiro do esquema e afirmou que as acusações são infundadas.
A Polícia Militar de São Paulo se pronunciou sobre o caso, destacando a gravidade dos crimes comprovados e a prioridade dada às investigações em curso. A corporação informou que foi instaurado um IPM para investigar os casos de corrupção na gestão do ex-tenente-coronel, resultando em 244 novos inquéritos, sendo oito finalizados com indiciamento e dois com condenações. A PM ressaltou que as acusações feitas por Adriano são conhecidas pela Corregedoria e estão sendo investigadas.