A pesquisa, liderada por Júlia Oliveira em seu mestrado na Uema (Universidade Estadual do Maranhão) e coordenada por Thaís Guedes, professora do IB-Unicamp (Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas), analisou a situação de dez espécies de répteis adaptados a solos arenosos, presentes na região conhecida como Diagonal de Formações Abertas ou Diagonal Seca, que abrange a América do Sul.
Os resultados mostraram que mesmo em cenários otimistas para 2040 e 2060, as espécies estudadas perderiam áreas adequadas para sobrevivência, com algumas podendo até mesmo ser extintas. Por exemplo, o lagarto-do-rabo-vermelho e as serpentes falsa-coral e cobra-corredeira seriam algumas das espécies mais afetadas, com perdas significativas em suas áreas de vida.
As previsões do estudo indicam que medidas urgentes são necessárias para a conservação dessas espécies. A criação de novas unidades de conservação ou a ampliação das existentes em áreas adequadas para os répteis adaptados a solos arenosos se apresentam como possíveis soluções para mitigar os impactos das mudanças climáticas.
Os pesquisadores ressaltam a importância de considerar os cenários climáticos futuros no planejamento da conservação, alertando para a necessidade de ações imediatas para proteger a diversidade desses animais em um contexto de crescente transformação do planeta. O estudo contou com o apoio da Fapesp e teve a participação de Karoline Ceron, bolsista de pós-doutorado.
Dessa forma, o estudo reforça a importância de se repensar as estratégias de conservação e proteção ambiental diante das mudanças climáticas, visando garantir a sobrevivência e a diversidade de espécies adaptadas a ambientes específicos, como os répteis que habitam solos arenosos em regiões secas.