Repórter São Paulo – SP – Brasil

ANMIGA promove série de lives em março para mulheres indígenas: “Parem com a violência contra o nosso corpo-território”

No mês de março, o Brasil se depara com importantes discussões sobre o papel e a situação das mulheres na sociedade. Nesse contexto, a Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA) está promovendo uma série de transmissões ao vivo voltadas para mulheres indígenas de diversos povos e biomas do país, com o tema “Parem com a violência contra o nosso corpo-território”.

A iniciativa surge como resposta ao alarmante índice de violência nos territórios indígenas, levando as mulheres a se unirem em defesa do corpo território. Organizadas por biomas, elas têm a oportunidade de compartilhar suas experiências e desabafar sobre as violências sofridas, sendo acolhidas em suas manifestações de resistência. O objetivo principal é promover momentos de acolhimento e buscar estratégias para garantir a segurança dessas mulheres, por meio da implementação de leis de proteção que considerem as especificidades dos povos indígenas.

O cenário de violência contra as mulheres indígenas se torna ainda mais urgente diante de casos chocantes, como os de Raissa Guarani Kaiowá, Daiane Kaingang e Maria Clara Karipuna, sendo vítimas de estupro e assassinato em diferentes regiões do Brasil. Além disso, a cobrança por políticas públicas e ações efetivas para combater o suicídio entre os jovens indígenas é reforçada, relembrando as trágicas mortes de Angelica Kretã Kaingang e Tainá Kaingang.

Em 8 de março, durante a primeira transmissão ao vivo, o debate girou em torno da participação das mulheres indígenas na política, destacando a importância da bancada do cocar e da representatividade feminina nas esferas do governo e do movimento indígena. No dia 12 de março, as mulheres se reuniram novamente para discutir a violência contra as mulheres nos biomas Amazônia e Cerrado, ressaltando que tais atos não fazem parte da cultura dos povos indígenas.

Ao longo do mês, as mulheres indígenas continuarão abordando temas como os assassinatos de jovens indígenas, a criminalização das Nhandesys, a saúde mental dos jovens, entre outros desafios e conquistas. A resistência das mulheres indígenas ganha destaque neste mês de março, demonstrando que, apesar das adversidades, elas seguem na luta pela defesa da mãe terra e pela ampliação de suas vozes, que ecoam do território para o mundo.

As transmissões ao vivo podem ser acompanhadas pelo YouTube da Articulação e pelas redes sociais da ANMIGA. Este conteúdo representa a opinião da autora e não do veículo em que está sendo publicado.

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