Segundo a líder comunitária Mirla Aaron, o mar destruiu casas, postos de saúde, píeres e infraestruturas elétricas, causando um grande impacto na comunidade local. A situação é alarmante, especialmente considerando que o principal porto comercial da Colômbia também está sofrendo com a subsidência do solo e pode colapsar.
Um estudo publicado pela revista científica Nature em 2021 revelou que o nível do mar na região de Cartagena está aumentando a uma taxa significativa, superior à média global. Se as emissões de gases de efeito estufa não forem reduzidas, a baía de Cartagena poderá estar parcialmente submersa até o final do século.
Os esforços das autoridades locais para mitigar os impactos incluem a extensão de quebra-mares ao longo da costa, a fim de proteger os bairros mais vulneráveis da cidade. No entanto, as comunidades mais pobres podem enfrentar desafios ainda maiores para lidar com as consequências do aumento do nível do mar.
O cientista ambiental Marko Tosic explica que a vulnerabilidade de Cartagena ao aquecimento global é agravada pela presença de formações vulcânicas submarinas, que estão contribuindo para o afundamento da cidade. A construção de quebra-mares é uma medida de proteção essencial, mas ainda assim, a situação do Caribe continuará a se deteriorar gradualmente.
Diante desse cenário preocupante, é fundamental um esforço global para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e adotar medidas de adaptação para proteger as comunidades costeiras vulneráveis, como as de Cartagena. Caso contrário, a cidade corre o risco de perder parte de sua identidade e patrimônio cultural devido aos impactos devastadores do aumento do nível do mar.
