Chilena é ré por ataque anti-semita a comerciante em Arraial d’Ajuda: vítima foi chamada de “judia assassina” e teve loja depredada.

No último dia 2 de fevereiro, a comerciante judia Herta Breslauer, localizada em Arraial d’Ajuda, Porto Seguro (BA), foi vítima de um ataque por uma chilena, que a xingou e depredou sua loja. As imagens do incidente mostram a agressora chamando Herta de “sionista” e “assassina de crianças”, enquanto destruía as mercadorias da loja. A agressora foi contida por outros homens presentes no local e retirada da loja.

A Justiça da Bahia tomou providências em relação ao caso, tornando Ana Maria Leiva Blanco ré no processo. O juiz André Marcelo Strogenski, da 1ª Vara Criminal de Porto Seguro, concedeu um prazo de dez dias para manifestação das partes envolvidas. Blanco responderá por injúria racial e, se condenada, poderá enfrentar uma pena de dois a cinco anos de reclusão.

Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, a agressora afirmou ter tido um surto no momento do incidente e expressou arrependimento por suas ações. Ela alegou que a situação não se tratava de intolerância religiosa, mas sim de discordâncias políticas entre ela e a vítima. Ainda na entrevista, Blanco pediu desculpas a qualquer pessoa da comunidade judaica que tenha se sentido ofendida com suas palavras e destacou que faz uso de medicamentos controlados.

O contexto em que o ataque ocorreu é importante de ser mencionado: em meio ao conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que já dura meses. Na entrevista à TV Globo, Blanco declarou ser apoiadora da causa palestina e que foi provocada ao ser chamada de terrorista, o que desencadeou a sua agressão.

O incidente gerou reações da comunidade judaica no Brasil, com a Conib (Confederação Israelita do Brasil) e a Sociedade Israelita da Bahia emitindo notas de repúdio à violência. Ambas as entidades enfatizaram a necessidade de investigar o caso como um crime de ódio e ressaltaram a importância de manter a moderação e o equilíbrio diante do conflito no Oriente Médio.

A advogada da vítima, Lilia Frankenthal, destacou a agressão sofrida por Herta Breslauer, que registrou um boletim de ocorrência na delegacia local e forneceu sua versão dos acontecimentos por meio de um vídeo gravado em frente à loja. O caso permanece em evidência e aguarda desdobramentos judiciais.

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