Repórter São Paulo – SP – Brasil

Indígena que teve 30% do corpo queimado em acidente com fondue está em coma induzido e sem previsão de alta

Na última sexta-feira, a indígena Jaqueline Tedesco, de 26 anos, membro da etnia kaingang, teve sua comemoração de formatura em Direito interrompida de forma trágica. A jovem teve 30% de seu corpo queimado após um acidente em um restaurante no município de Rio Grande, no Rio Grande do Sul.

Jaqueline estava no local acompanhada de familiares e amigos, ansiosa para celebrar sua conquista acadêmica. Contudo, um incidente com uma chapa de fondue provocou queimaduras graves em seu queixo, braços, seios e mãos. Atualmente, a paciente encontra-se em coma induzido em uma UTI do hospital geral Associação de Caridade Santa Casa, e os médicos não preveem sua alta pelos próximos 15 dias, de acordo com informações divulgadas nesta segunda-feira.

A jovem Jaqueline Tedesco possui uma trajetória acadêmica de destaque, sendo a quarta indígena a se formar em Direito pela Universidade Federal de Rio Grande (Furg). Além disso, ela foi a primeira mulher indígena a ocupar a coordenação-geral do DCE (Diretório Central de Estudantes) da universidade e é integrante ativa da Upei (União Plurinacional dos Estudantes Indígenas), que luta pela inclusão e permanência de indígenas nas universidades de todo o Brasil.

Uma testemunha do acidente, a estudante de Direito Mara Rodrigues, também membro da etnia kaingang, descreveu a tragédia daquela noite. Segundo Mara, o restaurante não prestou assistência imediata a Jaqueline e nem à garçonete que também ficou ferida no acidente. Ambas foram socorridas pelos clientes e levadas ao hospital.

O restaurante Le Petit, palco do acidente, divulgou uma nota nas redes sociais expressando preocupação e pesar pelo ocorrido. A empresa se desculpou com as vítimas e afirmou estar prestando assistência às duas envolvidas. Ressaltaram ainda que, desde 2009, não haviam enfrentado ocorrências desse tipo devido ao uso de materiais adequados.

A gravidade do acidente gerou comoção e revolta nas redes sociais, com muitos exigindo medidas preventivas rigorosas para evitar que situações semelhantes se repitam. Enquanto isso, a jovem Jaqueline Tedesco luta pela sua recuperação, em um processo que, segundo os médicos, pode ser longo e desafiador. A esperança é de que ela possa se recuperar completamente e retomar sua brilhante trajetória acadêmica e de luta pela inclusão indígena no ensino superior.

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