Segundo informações divulgadas pelo site Metrópoles e confirmadas pela Folha, Miura estava recorrendo da sentença, mas teve um mandado de prisão expedido na semana passada. Policiais militares encontraram o condenado na região do Itaim Paulista, zona leste de São Paulo. Nada de ilícito foi encontrado durante a abordagem, mas ao consultar seus antecedentes criminais, os policiais verificaram o mandado de prisão em seu desfavor. Ele foi então levado à superintendência regional da Polícia Federal.
Miura, também conhecido como Bu-Yan ou Jumbo no processo, foi um dos quatro brasileiros envolvidos no sequestro e assassinato do empresário japonês Harumi Inagaki em 2001. O sequestro teria sido motivado por desentendimentos dentro da máfia japonesa Yakuza, da qual a vítima fazia parte.
Em depoimento à Justiça brasileira, Miura declarou que foi obrigado a participar do sequestro sob ameaça dos seus patrões. Ele alegou ter sido coagido a colocar a vítima no porta-malas de um carro por um homem armado enquanto trabalhava em uma empreiteira no Japão.
Após o crime, Miura fugiu do Japão e chegou a ser preso no Brasil em 2017, mas respondia em liberdade desde então. Outro envolvido no caso continuou preso, enquanto os outros dois brasileiros que participaram do sequestro não foram identificados até o momento.
A sentença que condenou Miura revela que os réus afirmaram não ter conhecimento do sequestro e terem sido coagidos a participar do crime sob ameaça de um dos criminosos. Os detalhes do caso chocante envolvendo a Yakuza, o sequestro, a morte do empresário e o resgate exigido após a morte demonstram a crueldade e a violência presentes na ação criminosa.
A prisão de Miura em São Paulo reabre o caso que teve repercussão internacional e mais uma vez traz à tona a violência associada a organizações criminosas como a Yakuza. A Justiça brasileira segue acompanhando o desdobramento do caso e tomando as medidas cabíveis para garantir a punição dos responsáveis pelo crime hediondo.