Antropóloga da USP leva filhas para pesquisas de campo em aldeia indígena Bororo no Mato Grosso em trajetória marcante.

A antropóloga Sylvia Caiuby Novaes celebra 50 anos de atuação como professora na Universidade de São Paulo (USP), um marco em sua carreira marcado pelo pioneirismo e pela dedicação. Durante essas cinco décadas, Sylvia compartilhou não apenas seus conhecimentos acadêmicos, mas também sua experiência como mãe, levando suas filhas em suas pesquisas de campo na aldeia indígena Bororo, em Mato Grosso.

Essa experiência de conciliar a maternidade com a carreira acadêmica é uma particularidade das pesquisadoras mulheres, que muitas vezes se veem diante da difícil escolha entre trabalhar ou ser mãe. Sylvia optou por ambas, levando suas filhas para suas pesquisas e transformando essas experiências em oportunidades de aprendizado e enriquecimento tanto para ela quanto para suas filhas.

Para a antropóloga, essa experiência de levar as filhas para o campo foi vital e enriquecedora. Como docente da FFLCH, Sylvia teve uma trajetória marcada por desafios e realizações. Desde ingressar na USP em 1968 como aluna de ciências sociais até se tornar uma das professoras mais longevas em atuação, sua carreira foi marcada por uma busca constante pelo conhecimento e pela troca de experiências.

Além de suas pesquisas com o povo indígena Bororo, Sylvia também viajou com suas filhas para a Etiópia, realizou pós-doutorado na Inglaterra e na Escócia, e produziu filmes documentários sobre diversas temáticas, como as feministas paquistanesas e o funk em Cidade Tiradentes.

Como fundadora do Lisa (Laboratório de Imagem e Som em Antropologia), Sylvia deixou um importante legado para a comunidade acadêmica, disponibilizando um acervo público sobre povos indígenas para professores, estudantes, pesquisadores e indígenas interessados. Sua contribuição para a preservação cultural e o empoderamento das comunidades indígenas é reconhecida e valorizada.

Prestes a se aposentar, Sylvia destaca a importância de repassar seu conhecimento para as próximas gerações e alerta para a necessidade de mais professores na universidade. Sua trajetória inspiradora e seu legado como pesquisadora e educadora são um exemplo de dedicação e comprometimento com a academia e com a preservação da cultura indígena.

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