Mauá lidera no ABC em registros de adoções por casais homoafetivos, segundo dados da Arpen nos últimos três anos.

Nos últimos três anos, de 2021 a 2023, mais de 50 mil crianças foram oficialmente registradas por casais homoafetivos no Brasil, segundo dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen). No ABC paulista, a região que compreende cidades como Mauá, São Caetano, Santo André, Ribeirão Pires, São Bernardo, Diadema e Rio Grande da Serra, houve um total de 378 registros de adoção por casais homoafetivos. Mauá se destacou como a cidade com o maior número de registros nesse período, totalizando 114 adoções.

Esse aumento nos registros de adoção por parte de casais homoafetivos se deve, em grande parte, ao projeto de lei 5423/20, que garante o direito de dupla maternidade ou paternidade a casais homoafetivos que tenham filhos, independentemente do estado civil. Essa legislação representou um marco importante para as famílias homoafetivas, marcando um avanço significativo nas políticas de adoção e direitos no país.

Em entrevista, Letícia Brentegani, de São Bernardo, compartilhou sua experiência no processo de adoção. Ela e sua esposa decidiram iniciar os trâmites após a parceira manifestar o desejo de ter filhos. Mesmo sem essa vontade inicialmente, Letícia se envolveu no processo e buscou informações sobre adoção na internet. Após se registrarem no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento, foram encaminhadas para o Fórum de São Bernardo, onde têm participado de rodas de conversa com profissionais de diversas áreas para discutir sobre adoção.

Letícia relata que, inicialmente, estava bastante ansiosa, mas agora estão seguindo com calma, cientes de que o processo de adoção é longo e exige paciência. A expectativa é que o procedimento seja finalizado com o registro final da criança em até 3 anos.

Essa tendência de aumento nos registros de adoção por casais homoafetivos reflete uma mudança na sociedade, em que as famílias são reconhecidas em suas diversas formações, promovendo inclusão e respeito às diferentes configurações familiares. Com leis mais inclusivas e o reconhecimento dos direitos desses casais, a adoção por parte de famílias homoafetivas se torna mais acessível e legalmente respaldada.

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