A obesidade é uma questão complexa que vai além da luta individual contra o sedentarismo e por mudanças no estilo de vida. Para Marcelo Mori, membro do Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades (OCRC), sediado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), fatores socioeconômicos e ambientais têm um grande impacto nesse cenário. Mori é um dos autores de um artigo publicado na revista Nature Metabolism, que ressalta a importância de abordagens multidisciplinares e globais para combater a obesidade.
O estudo destaca que fatores como ambiente físico, exposição alimentar, interesses econômicos e políticos, iniquidade social, limitação do acesso ao conhecimento científico, cultura, comportamento contextual e genética são determinantes fundamentais para explicar o crescimento da obesidade na América Latina. Dados de pesquisas nacionais revelam que uma parcela significativa da população latino-americana está com sobrepeso ou obesidade, gerando preocupação com o futuro da saúde na região.
Diante desse panorama, os pesquisadores alertam para a necessidade de políticas e estratégias públicas mais eficazes para combater a obesidade, com foco em ações coletivas e preventivas. Ainda há um longo caminho a percorrer, sobretudo no que diz respeito à produção científica na área de obesidade na América Latina, que ainda carece de investimento e de maior representatividade nas pesquisas genéticas e sociais.
Portanto, enfrentar a epidemia da obesidade requer um esforço conjunto da sociedade, dos governantes e dos pesquisadores, visando não só o tratamento da doença, mas também a prevenção e a promoção de hábitos saudáveis. A conscientização e a ação em nível global são fundamentais para reverter o cenário preocupante que se apresenta e garantir um futuro mais saudável para as próximas gerações.