O desassoreamento do rio Sahy tem gerado divergências entre os moradores da cidade, e a situação se agravou recentemente após o incêndio que danificou a draga que seria utilizada para a remoção de sedimentos do fundo do rio. Além disso, um rebocador envolvido na obra colidiu e danificou uma ponte de madeira recentemente recuperada, no mesmo trecho do rio.
A obra em questão visa reduzir o impacto das enchentes nos bairros mais afetados pelas chuvas intensas do ano anterior. Tubos de drenagem serão instalados para direcionar a água represada na margem da Rio-Santos, onde parte da população mais vulnerável vive, especialmente nos bairros Vila Sahy e Baleia Verde. Esses bairros foram os mais atingidos pelos deslizamentos.
No entanto, ambientalistas locais temem que a intervenção possa resultar na destruição de manguezais e na remoção de areia que forma a barra na desembocadura do rio. Existem preocupações de que a obra possa afetar a formação geológica conhecida como Barra do Sahy.
A prefeitura justifica a necessidade da obra, alegando que, antes da tempestade, o rio era navegável para embarcações pequenas, mas agora está com uma profundidade significativamente reduzida. O objetivo do desassoreamento é restaurar a profundidade original do rio.
A comunidade local está dividida em relação ao projeto, com algumas associações e moradores apoiando as medidas, enquanto outras demonstram preocupação com os possíveis impactos ambientais e sociais. A solicitação de documentos pela Justiça foi feita a partir de uma demanda de associações de moradores da região, que buscam maior transparência e informação sobre as ações da prefeitura em relação ao desassoreamento do rio Sahy.
