Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores cruzaram dados da pesquisa Origem e Destino, realizada pelo Metrô, com informações sobre a topografia da região. Além disso, uma enquete com 185 voluntários foi elaborada para avaliar a percepção de dificuldade em transpor obstáculos físicos durante os deslocamentos, como distância e inclinação dos trechos.
O estudo resultou no Índice de Potencial Ciclável, um algoritmo de código aberto que classifica o nível de dificuldade de cada percurso em quatro categorias: muito baixa, baixa, alta e muito alta. Com base nesses dados, foi identificado que 42% das viagens realizadas na região metropolitana têm alto potencial para serem feitas de bicicleta.
Os pesquisadores ressaltaram que, atualmente, apenas 400 mil viagens diárias são feitas de bicicleta na região, um número que poderia ser facilmente multiplicado por 10 se houvesse uma infraestrutura cicloviária adequada. Segundo Fabio Kon, coordenador do estudo, a implementação de mais ciclovias na cidade de São Paulo tem o potencial de atrair um número significativamente maior de ciclistas.
O estudo também apontou para a necessidade de melhorias na infraestrutura cicloviária em outras cidades da região metropolitana, como Osasco, Guarulhos e Barueri, onde as ciclovias são escassas e inadequadas. A gestão do prefeito Ricardo Nunes, do MDB, em São Paulo, prometeu a construção de 300 km de ciclovias até o final de 2024, mas até o momento apenas 31,5 km foram concluídos, o que representa um desafio para alcançar a meta estabelecida.
