Rendimento destinado às mulheres na música estagna em 10% do total distribuído, aponta estudo da UBC de 2024.

A União Brasileira de Compositores (UBC) divulgou dados preocupantes em relação à distribuição dos rendimentos destinados às mulheres no mercado musical. Embora o número de associadas na UBC tenha aumentado significativamente nos últimos anos, os rendimentos destinados às mulheres permaneceram estagnados em 10% do total de direitos autorais distribuídos entre todos os titulares.

Segundo o estudo “Por Elas Que Fazem a Música”, as mulheres atingiram pela primeira vez 17% do total geral de filiados na UBC, mas ainda há desigualdade nos rendimentos. Entre os 100 maiores arrecadadores de direitos autorais, apenas 13 são mulheres, e a que recebeu o maior rendimento ocupa a 21ª posição no ranking.

A diretora-presidente da UBC, Paula Lima, acredita que a comunicação, transparência, independência e liberdade feminina tendem a mudar esse quadro. Ela enfatizou a importância das novas gerações e das gerações já estabelecidas na transformação da forma de lidar com as obrigações que muitas vezes impedem a dedicação. Lima ressaltou que o nome da UBC está no agora e o futuro nos espera em breve.

A comparação entre os rendimentos de mulheres e homens nos diferentes segmentos do mercado musical revelou que a participação das mulheres variou de 10% a 15% em diferentes rubricas, com destaque para o segmento de shows, que registrou um aumento significativo de 11 pontos percentuais.

Além disso, a pesquisa mostrou um aumento no cadastro de fonogramas por produtoras fonográficas e de obras por autoras e versionistas. Essa tendência demonstra a crescente influência das mulheres em todas as áreas da produção musical, indo além do tradicional papel de cantoras e intérpretes.

A UBC ressaltou também a representatividade das associadas em diferentes faixas etárias e regiões do Brasil, demonstrando a necessidade de fortalecer a presença das mulheres em todas as regiões do país.

Fundada em 1942, a UBC é uma associação sem fins lucrativos, que representa mais de 60 mil associados no Brasil e no exterior. A organização tem como objetivo principal a defesa e a promoção dos interesses dos titulares de direitos autorais de músicas, além da distribuição dos rendimentos gerados pela utilização dessas músicas e o desenvolvimento cultural. Junto com outras sociedades congêneres, a UBC administra o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad).

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