Repórter São Paulo – SP – Brasil

Governador propõe pagar mais aos PMs da reserva do que aos professores em escolas cívico-militares como medida prioritária para arrumar as contas.

O governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do partido Republicano, criou polêmica ao defender que policiais militares da reserva recebam mais do que professores para atuar em escolas cívico-militares. O projeto de lei enviado à Assembleia Legislativa do Estado prevê um adicional de até R$ 6.034 para os PMs aposentados, um valor 13% superior ao piso dos docentes no estado.

Em uma coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira, Tarcísio explicou que os policiais seriam convocados para cuidar da disciplina, civismo e auxiliar o corpo docente, justificando a diferença salarial devido ao número de funções desempenhadas. Ele afirmou que, embora reconheça as dificuldades enfrentadas pelos professores em relação à estrutura e salários, o estado precisa primeiro “arrumar as contas” antes de promover melhorias na educação.

No entanto, vale ressaltar que Tarcísio já havia admitido anteriormente a necessidade de melhores condições de trabalho para os professores da rede estadual. Mesmo sem aumento do piso salarial neste ano e sem propostas de progressão de carreira, o governador prometeu cuidar dos profissionais da educação e da saúde após realizar o ajuste financeiro no estado.

O projeto de lei para a criação do programa de escolas cívico-militares foi encaminhado à Alesp na quinta-feira e deve ser discutido e aprovado em breve. A proposta prevê a abertura de 50 escolas cívico-militares no próximo ano e outras 50 em 2026, com a participação dos PMs da reserva para atividades de segurança escolar e atividades extracurriculares.

A Secretaria de Educação negou que os salários dos policiais serão maiores do que os dos professores, afirmando que a média salarial dos docentes é de R$ 6.057. No entanto, o adicional pago aos agentes de segurança será somado aos seus proventos da reserva, resultando em uma remuneração mais alta.

Em meio à polêmica, Tarcísio busca implementar o modelo de escolas cívico-militares no estado como uma forma de se contrapor ao governo federal, que decidiu encerrar o programa nacional de fomento a essas escolas. A proposta do governador não especifica o número de policiais envolvidos ou o custo anual do programa, mas estima-se que cada policial possa receber até 13% a mais do que o piso salarial dos professores estaduais.

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