Segunda Turma do TRF-6 vota a favor de habeas corpus para ex-presidente da Vale acusado pelo rompimento de barragem em Brumadinho

A Segunda Turma do TRF-6 (Tribunal Regional Federal da Sexta Região), sediada em Minas Gerais, teve mais uma decisão favorável à concessão de habeas corpus para o ex-presidente da Vale, Fábio Schvartsman, em relação ao rompimento da barragem da mineradora em Brumadinho, que resultou na morte de 270 pessoas. O voto favorável, proferido pelo juiz federal Pedro Felipe Santos, se soma ao voto anterior do relator do processo, desembargador federal Boson Gambogi, datado de 13 de dezembro do ano passado.

Com a maioria da Segunda Turma votando a favor do habeas corpus, ainda falta o posicionamento do desembargador federal Klaus Kuschel, cujo voto pode ser decisivo. Até o encerramento da votação, marcada para 12 de março, os votos dos integrantes da turma podem ser alterados, deixando a decisão em aberto.

Segundo nota do TRF-6, os desembargadores consideraram que o Ministério Público Federal ainda não apresentou indícios suficientes do envolvimento de Fábio Schvartsman no rompimento da barragem. O voto do desembargador Santos afirmou que a Procuradoria pode oferecer novas denúncias com base em novas provas, enquanto o MPF não se pronunciou sobre a decisão do tribunal.

Além de Fábio Schvartsman, outras 15 pessoas, incluindo executivos da Vale e da empresa de consultoria Tuv Sud, são réus no processo, todos enfrentando acusações de homicídio qualificado e crimes ambientais. Os advogados do ex-presidente da Vale argumentaram que não havia justa causa para a denúncia e que não havia provas concretas que pudessem imputar criminalmente o ex-presidente.

O Ministério Público Federal se posicionou contra a concessão do habeas corpus, defendendo que a persecução criminal deve seguir seu curso normal. Durante a sessão do dia 13, o advogado de Fábio Schvartsman criticou a denúncia, alegando que o ex-presidente não tinha conhecimento da causa do acidente segundo laudo apresentado pela Polícia Federal em fevereiro de 2021.

A reportagem tentou contatar o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e a defesa do ex-presidente da Vale, porém, não obteve resposta até o momento. Portanto, a situação jurídica de Fábio Schvartsman em relação ao trágico rompimento da barragem em Brumadinho ainda permanece em aberto e sujeita a novos desdobramentos.

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