O presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, destacou que o setor vinha apresentando melhorias, com um otimismo após os resultados de dezembro. No entanto, janeiro trouxe desafios inesperados, com 59% dos estabelecimentos registrando uma queda no faturamento em comparação com o mês anterior. Nas regiões não turísticas, a queda foi ainda mais acentuada, chegando a 10%.
De acordo com Solmucci, janeiro sofreu influência de diversos fatores, como as chuvas que levaram muitas pessoas a ficarem em casa, bem como a assimetria do comportamento do mercado em diferentes regiões do país. As áreas turísticas como o Rio de Janeiro se beneficiaram, enquanto locais como São Paulo e o Distrito Federal registraram queda no movimento.
Diante desse cenário desafiador, a Abrasel encomendou um estudo à Fundação Getulio Vargas para a recuperação do setor de bares e restaurantes, considerando o impacto da reforma tributária. Solmucci espera que em seis a oito meses, um plano de recuperação abrangente seja apresentado às partes interessadas, com o apoio do governo federal e de grandes empresas privadas.
Além disso, a pesquisa revelou que o Carnaval ajudou a amenizar um pouco os prejuízos do setor em fevereiro, com 76% dos estabelecimentos mantendo as portas abertas durante a folia. No entanto, outro obstáculo enfrentado pelas empresas é a dificuldade em reajustar os preços dos cardápios, com cerca de 40% dos estabelecimentos não conseguindo aumentar os preços nos últimos 12 meses.
Diante desses desafios, Solmucci enfatizou a importância de um olhar sistêmico e de um grande pacto nacional para a recuperação do setor, a fim de evitar a insolvência de muitas empresas e a consequente destruição de empregos. A expectativa é que, com cooperação e planejamento adequado, o setor de bares e restaurantes possa superar as dificuldades enfrentadas e retomar o crescimento.