O levantamento, realizado a cada dois anos, ouviu 21,7 mil mulheres com 16 anos ou mais em 2023 e teve como objetivo principal compreender a realidade da violência contra a mulher no país. Um dos dados alarmantes apontados pela pesquisa foi que 30% das brasileiras já sofreram algum tipo de violência doméstica ou familiar provocada por homens. Além disso, a subnotificação policial foi destacada, com 61% das mulheres entrevistadas que sofreram violência não procurando a delegacia para fazer a denúncia.
Para o Instituto DataSenado, a falta de conhecimento das mulheres sobre a Lei Maria da Penha pode contribuir para a subnotificação, uma vez que muitas situações de violência não são identificadas como tal pelas vítimas. O Ministério das Mulheres ressaltou a importância de trabalhar na prevenção da violência, promovendo a igualdade de gênero e disponibilizando serviços como a Casa da Mulher Brasileira e o Disque 180.
Além disso, a pesquisa também abordou a questão da violência contra mulheres trans, revelando que 9 das 21 mulheres transgênero entrevistadas declararam ter sofrido violência. A falta de conhecimento da população sobre a diversidade de gênero foi apontada como um desafio para combater a violência contra esse grupo.
Diante dos dados apresentados, o senador Paulo Paim (PT-RS) enfatizou a urgência de ações para combater a indiferença e a ignorância que perpetuam a violência e o feminicídio no Brasil. Ele destacou a necessidade de esforços contínuos para promover a igualdade de gênero e garantir que todas as mulheres possam viver livres de medo e violência. A pesquisa também revelou a percepção das mulheres em relação à não denúncia de agressões, apontando o medo do agressor, a falta de punição e a dependência financeira como fatores que impedem as vítimas de denunciar as agressões.
Em suma, a pesquisa do DataSenado evidenciou a importância de ampliar a conscientização sobre a Lei Maria da Penha, promover a igualdade de gênero e combater a violência contra as mulheres em todas as esferas da sociedade. A atuação conjunta de instituições públicas e da sociedade civil é fundamental para garantir a segurança e o bem-estar das mulheres no Brasil.