O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o caso, o senador Rogério Carvalho (PT-SE), enfatizou que a Braskem tinha plenas condições de fiscalizar as cavidades e evitar os colapsos nas minas desde 2018. Ele destacou que a empresa, uma das maiores petroquímicas do mundo, não poderia alegar falta de recursos como justificativa para a negligência.
Thales Sampaio também apontou a falta de profissionais capacitados para monitorar as minas, o que contribuiu para a situação de desastre ambiental. Ele ressaltou que a equipe era pequena e sobrecarregada, o que prejudicou a identificação dos problemas existentes nas minas.
Além disso, Thales revelou que a Braskem alegou, em reuniões com o SGB em 2018, que havia uma camada rochosa sólida acima das minas, impedindo o afundamento. No entanto, segundo ele, essa camada possuía uma matriz arenosa vulnerável a rupturas, o que foi ignorado pela empresa.
O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, questionou as motivações dos engenheiros da Braskem e afirmou a necessidade de investigar possíveis atos de má-fé da empresa. A CPI aprovou diversos requerimentos para convocar novos depoentes e obter informações de órgãos públicos, visando esclarecer as responsabilidades e acelerar a reparação dos danos causados pela Braskem. A empresa paralisou suas atividades de extração de sal-gema em 2019, e agora enfrenta processos judiciais e pressão da sociedade para reparar os danos ambientais e sociais provocados.