A Vale justificou o pedido alegando a situação jurídica da região, que ainda está em processo de definição. Merong Kamakã Mongoió foi assassinado na última segunda-feira (4) em Brumadinho, onde exercia um papel importante como articulador do movimento indígena, sempre em defesa dos direitos do seu povo.
O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) emitiu uma nota informando que a liderança de Merong colocava-o em conflito com grandes empresas locais e apresentou uma notícia-crime à Polícia Federal, alegando violação dos direitos indígenas coletivos. Merong não apenas lutava pelos direitos de seu próprio povo, os pataxó hã-hã-hãe, mas também defendia territórios de outras comunidades indígenas, como a Kaingáng, Xokleng e Guarani.
Críticas à decisão da Vale foram feitas pela deputada federal Célia Xacriabá (PSOL-MG), que considerou a liminar um ataque aos direitos humanos fundamentais e aos direitos indígenas garantidos pela Constituição Brasileira. Ela se manifestou em rede social e enviou um vídeo solicitando a derrubada da liminar, garantindo o direito de enterrar Merong conforme as tradições de seu povo.
A Vale, por sua vez, em nota enviada à imprensa, afirmou respeitar os povos indígenas e seus ritos de despedida, além de buscar uma solução com a comunidade que preserve suas tradições dentro dos limites legais. A situação ainda aguarda desdobramentos para resolver a questão do sepultamento do cacique Merong Kamakã Mongoió de acordo com as tradições indígenas.