Presidente do STF critica criminalização do aborto: “prender mulheres não serve para nada, é má política pública”

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, causou polêmica nesta terça-feira ao criticar a criminalização do aborto, classificando-a como uma “má política pública”. Em suas declarações, Barroso enfatizou que, embora o aborto seja indesejável, prender mulheres que o praticam não traz benefícios.

Durante a abertura da sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que ele também preside, Barroso aproveitou a oportunidade para destacar os avanços conquistados pelos direitos das mulheres e as questões pendentes a serem abordadas, especialmente com o Dia Internacional da Mulher se aproximando.

Para o ministro, o papel do Estado deve ser de prevenir o aborto, através de educação sexual, acesso a contraceptivos e apoio às mulheres que desejam ter filhos. Ele ressaltou a importância de avançar na garantia dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, enfatizando a necessidade de agir com a maior rapidez possível nesse sentido.

Barroso também fez uma distinção crucial ao afirmar que é possível ser contra o aborto sem concordar com a prisão das mulheres que passam por essa situação. Suas declarações vêm após ter afirmado, em dezembro passado, que o julgamento sobre o aborto não deve ser pautado no curto prazo no STF, devido à falta de maturidade do debate sobre o tema no país.

No ano anterior, a então presidente do STF, ministra Rosa Weber, chegou a pautar uma ação sobre o assunto e votou a favor da descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. No entanto, o julgamento foi interrompido após um pedido de destaque feito por Barroso, que assumiu a presidência da Suprema Corte em seguida.

Diante das declarações de Barroso e da situação controversa do tema no Brasil, fica evidente que o debate sobre o aborto continua em aberto e deve ser tratado com sensibilidade e responsabilidade pelas instâncias competentes. A posição do presidente do STF certamente vai gerar discussões e reflexões dentro da sociedade e das esferas legislativas e judiciárias.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo