Pesquisa aponta que 2 em cada 3 mulheres já sofreram assédio em São Paulo, principalmente no transporte público

Segundo uma recente pesquisa realizada pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), foi constatado que duas em cada três mulheres na capital paulista já sofreram algum tipo de assédio. Esse dado alarmante representa cerca de 3,4 milhões de pessoas, evidenciando a gravidade do problema que enfrentam diariamente. O local em que as mulheres percebem um maior risco de serem assediadas é o transporte público, conforme apontado no estudo.

O levantamento, intitulado Viver em São Paulo: Mulheres, foi lançado nesta terça-feira (5) e trouxe à tona não apenas as experiências de assédio enfrentadas pelas mulheres, mas também a percepção dos moradores da cidade em relação à divisão de tarefas domésticas, violência e assédio contra mulheres. De acordo com a pesquisa, os tipos de assédio mais comuns relatados pelas entrevistadas incluem gestos, olhares incômodos, comentários invasivos, assédio no transporte público, no ambiente de trabalho, entre outros.

Um dado preocupante é que 25% das mulheres entrevistadas afirmaram ter sido agarradas, beijadas ou desrespeitadas sem consentimento em alguma situação, enquanto 15% mencionaram ter sofrido assédio dentro do transporte particular. Além disso, a pesquisa revelou que a maior parte das mulheres acredita estar mais exposta ao assédio no transporte público, seguida pela rua, bares, casas noturnas e pontos de ônibus.

Diante desse cenário, a maioria dos entrevistados considera que o aumento da pena dos agressores é a medida prioritária para combater o assédio e a violência contra a mulher, seguido pela ampliação dos serviços de proteção, criação de novas leis e agilização do andamento das investigações.

Outro ponto abordado pela pesquisa foi a divisão de tarefas domésticas, destacando que em 41% dos lares de São Paulo as mulheres são totalmente responsáveis ou assumem a maior parte das tarefas. A diferença de percepção entre homens e mulheres sobre essa divisão de trabalho também foi evidenciada, sendo que as mulheres tendem a achar que as responsabilidades são divididas igualmente, enquanto os homens têm uma percepção diferente.

A pesquisa mostrou que as mulheres realizam principalmente tarefas como limpar a casa, preparar as refeições e lavar a louça, enquanto os homens se dedicam mais à manutenção da casa, tirar o lixo e organizar o ambiente. Essa disparidade nas responsabilidades do lar reflete a percepção de sobrecarga do cotidiano feminino e a persistência de estereótipos de gênero, conforme apontado pela Rede Nossa São Paulo.

Diante desses resultados, fica evidente a urgência em promover a conscientização e ações efetivas para combater o assédio e a desigualdade de gênero, garantindo um ambiente mais seguro e igualitário para as mulheres na cidade de São Paulo.

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