O levantamento, intitulado Viver em São Paulo: Mulheres, foi lançado nesta terça-feira (5) e trouxe à tona não apenas as experiências de assédio enfrentadas pelas mulheres, mas também a percepção dos moradores da cidade em relação à divisão de tarefas domésticas, violência e assédio contra mulheres. De acordo com a pesquisa, os tipos de assédio mais comuns relatados pelas entrevistadas incluem gestos, olhares incômodos, comentários invasivos, assédio no transporte público, no ambiente de trabalho, entre outros.
Um dado preocupante é que 25% das mulheres entrevistadas afirmaram ter sido agarradas, beijadas ou desrespeitadas sem consentimento em alguma situação, enquanto 15% mencionaram ter sofrido assédio dentro do transporte particular. Além disso, a pesquisa revelou que a maior parte das mulheres acredita estar mais exposta ao assédio no transporte público, seguida pela rua, bares, casas noturnas e pontos de ônibus.
Diante desse cenário, a maioria dos entrevistados considera que o aumento da pena dos agressores é a medida prioritária para combater o assédio e a violência contra a mulher, seguido pela ampliação dos serviços de proteção, criação de novas leis e agilização do andamento das investigações.
Outro ponto abordado pela pesquisa foi a divisão de tarefas domésticas, destacando que em 41% dos lares de São Paulo as mulheres são totalmente responsáveis ou assumem a maior parte das tarefas. A diferença de percepção entre homens e mulheres sobre essa divisão de trabalho também foi evidenciada, sendo que as mulheres tendem a achar que as responsabilidades são divididas igualmente, enquanto os homens têm uma percepção diferente.
A pesquisa mostrou que as mulheres realizam principalmente tarefas como limpar a casa, preparar as refeições e lavar a louça, enquanto os homens se dedicam mais à manutenção da casa, tirar o lixo e organizar o ambiente. Essa disparidade nas responsabilidades do lar reflete a percepção de sobrecarga do cotidiano feminino e a persistência de estereótipos de gênero, conforme apontado pela Rede Nossa São Paulo.
Diante desses resultados, fica evidente a urgência em promover a conscientização e ações efetivas para combater o assédio e a desigualdade de gênero, garantindo um ambiente mais seguro e igualitário para as mulheres na cidade de São Paulo.