Ministros da Secom e da Cultura repudiam tentativa de censura ao livro “O Avesso da Pele” em escola gaúcha.

Na última segunda-feira (4), o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, Paulo Pimenta, e a ministra da Cultura (MinC), Margareth Menezes, se pronunciaram sobre a polêmica envolvendo o livro “O Avesso da Pele”, do autor brasileiro Jeferson Tenório. Ambos criticaram veementemente a tentativa de censura e os ataques direcionados à obra literária.

Paulo Pimenta afirmou, em vídeo, que considera a ação um reflexo de ignorância, preconceito e covardia por parte dos envolvidos. O caso ganhou destaque após a diretora de uma escola gaúcha expressar sua indignação com o envio de 200 exemplares do livro para a instituição de ensino. Janaína Venzon criticou o conteúdo da obra, classificando o vocabulário como inadequado para ser trabalhado com alunos do ensino médio.

Em resposta, a 6ª Coordenadoria Regional de Educação do Rio Grande do Sul solicitou que os exemplares do livro não fossem disponibilizados nas bibliotecas nem distribuídos aos estudantes, até segunda ordem. Paulo Pimenta esclareceu que o governo federal envia obras literárias apenas mediante solicitação das escolas e que o livro em questão foi incorporado ao Programa Nacional do Livro e do Material Didático durante a gestão anterior.

Jeferson Tenório, o autor de “O Avesso da Pele”, em suas redes sociais e em entrevista à Globo News, classificou o episódio como absurdo e criticou as tentativas de censura, relacionando-as à polarização política e ao conservadorismo. A Ministra da Cultura, Margareth Menezes, repudiou os ataques à obra e reiterou o compromisso do Ministério em apoiar a literatura sem qualquer tipo de censura.

O Ministério da Educação (MEC) também se pronunciou, explicando o processo de seleção de obras para o Programa Nacional do Livro e do Material Didático. Segundo o MEC, a escolha dos livros é feita pelos educadores e as obras são enviadas para as escolas somente se solicitadas. A Companhia das Letras, editora responsável pelo livro, condenou a censura e ressaltou a importância da liberdade de expressão e do pensamento crítico na educação.

“O Avesso da Pele”, que já foi traduzido para 16 idiomas e premiado com o Prêmio Jabuti em 2021, aborda questões relacionadas às relações raciais, violência, identidade e negritude. A obra segue despertando debates e reflexões sobre temas relevantes para a sociedade contemporânea e a liberdade artística.

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